De 1º de janeiro até agora, nove homicídios de mulheres foram registrados em Mato Grosso do Sul. Oito deles com a qualificadora de feminicídio, conforme a estatística da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública). Entre os assassinatos contra o genero feminino reportados pelo Campo Grande News três deles ocorreram no mesmo dia e com extrema violência.
O feminicídio, ou seja, casos em que mulheres foram mortas em crimes de ódio motivados pela condição de gênero não param de crescer e o Estado continua sendo um lugar violento para as mulheres.
Neste mesmo período em 2018, seis feminicídios haviam sido registrados, quatro em janeiro, dois em fevereiro e nenhum em março. Neste ano, dos oito feminicídios registrados na Polícia Civil, dois ocorreram em Campo Grande. A reportagem listou os últimos nove assassinatos veículados pelo portal:1 - Silvana Tertuliana Pereira foi morta a facadas por Jesus Ajala da Silva, conhecido como ''Sabiá'', no dia 9 de janeiro e deixada no quintal de uma casa abandona, enrolada em cobertores, e com a faca usada ainda cravada no corpo. Ela só foi encontrada dois dias depois, por moradores que entraram no terreno para colher mangas.
2 - O corpo de uma mulher de 31 anos foi encontrado na noite do dia 3 de fevereiro, no córrego Botas, próximo ao bairro Nova Lima. O corpo foi encontrado por populares que estavam no local e retirado da água pelo Corpo de Bombeiros. A vítima era casada e deixou 4 filhos. A Polícia Civil não divulgou o nome. O caso não foi registrado com a qualificadora de feminicídio, mas o caso ainda não está encerrado.
3 - A dona de casa Rosilei Potronieli, 37 anos, foi esfaqueada na noite do dia 9 de fevereiro em Terenos e morreu na madrugada do dia 10 em Campo Grande. O autor do crime foi identificado como Adailton Couto, de 38 anos. O problema é que menos de 24 horas depois de ser enterrada em Dois Irmãos do Buriti, Rosilei teve o corpo furtado do túmulo, pelo ex-namorado José Gomes Rodrigues, 57 anos, que alegou ter um pacto de amor com a vítima.
4 - No dia 13 de fevereiro, Sueli Silveira Teixeira, de 29 anos, foi morta com um disparo de espingarda no município de Itaquiraí. O crime aconteceu no assentamento Santo Antônio. O caso não foi registrado com a qualificadora de feminicídio, mas o caso ainda não está encerrado.
5 - Uma mulher foi assassinada pelo ex-marido no dia 21 de fevereiro, em Amambai, a 360 km de Campo Grande. A dona de casa Adriana Gomes, 38, estava separada há dois meses do criminoso, Milton Homero, 48 anos. Ele foi preso sete dias depois em um barraco no Assentamento Guayvyry, área indígena localizada às margens da Rodovia MS-386.
6 - A aposentada Dirce Santoro, de 79 anos, foi encontrada morta no dia 25 de fevereiro, dois dias depois de desaparecer. Eça foi deixada em um terreno no Indubrasil após ser agredida até a morte por Pamela Ortiz, principal suspeita do crime. O caso foi registrado como homicídio por meio cruel, mas não foi incluída a qualificadora feminicídio.
7 - Uma mulher de 38 anos, identificada como Nadia Sol Neves Rondon, foi assassinada na manhã do dia 10 de março, dia de seu aniversário, com pelo menos 20 facadas. O crime ocorreu na casa onde a vítima morava no bairro Universitário, em Corumbá, a 419 km de Campo Grande. O ex-namorado Edevaldo Costa Leite, 31 anos, é o principal suspeito do crime e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.
8 - Em Caarapó – a 282 km da Capital – Carla Sampaio Tanan, de 36 anos, foi atropelada até a morte pelo então namorado Thiago Belastorre, 29 anos, no dia 10 de março. O crime aconteceu em frente a casa da irmã do suspeito após um desentendimento entre o casal. Testemunhas relataram que Thiago passou por cima da namorada três vezes.
9 - Ainda no dia 10 de março, Laís Peres Rodrigues, de 26 anos, foi esganada até a morte pelo motorista de trator João Gomes de Olinda, de 39 anos, em Alcinópolis – cidade a 402 quilômetros de Campo Grande. A vítima estava com medida protetiva contra o companheiro desde sexta-feira (9), quando foi agredida por ele e denunciou o caso a polícia.