Mato Grosso do Sul chega aos seus 44 anos nesta segunda-feira (11), sendo destaque no combate à pandemia da Covid-19 e com o crescimento considerável do agronegócio, atividade que fomenta a economia sul-mato-grossense.
Para se ter ideia, a safra 2021/2022 da soja atingiu recorde com 3,776 milhões de hectares plantados, e expectativa de ser 7% maior que a anterior (2020/2021). A produtividade média é esperada em 56,38 sacas por hectare, com previsão de colheita em 12,773 milhões de toneladas.
No que diz respeito ao Novo Coronavírus, o Estado se manteve por muitos meses em primeiro lugar no ranking da vacinação contra a doença, ‘caindo’ para segundo na semana passada, sendo ultrapassado por São Paulo. No entanto, dos 2.846.607 habitantes, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 60% já estão imunizados.
Desde o início da pandemia em março de 2020, e da vacinação em janeiro de 2021, MS adotou políticas públicas de saúde que visam salvar cada sul-mato-grossense, apesar dos inúmeros óbitos que infelizmente aconteceram.
Componentes culturais
A divisão do Estado do então Mato Grosso se deu em 1977, por meio do terceiro presidente do regime militar da época, Ernesto Geisel. O desmembramento se deu seis meses antes da assinatura da Lei Complementar nº 31, sendo que a divisão aconteceu efetivamente em janeiro de 1979, com a instalação de um governo, e desde então, desenvolveu sua cultura.
Mato Grosso do Sul reúne uma forte gastronomia, capaz de reunir na mesma mesa, o sobá, o porto no rolete, a sopa paraguaia, a linguiça, o peixe à pantaneira assado na telha e o arroz com guariroba e frango ao molho pardo com quiabo e pimenta malagueta.
Há também o arroz com pequi, herdado dos mineiros e goianos, o tradicional ‘quebra-torto’, no café da manhã, que inclui linguiça, ovo frito, a sopa paraguaia, chipa e lambreado (bife, ovo e farinha de mandioca), e ainda sobra espaço para ensopado de batata e carne.
A influência da culinária paraguaia tem razão de ser. O Estado abriga 300 mil paraguaios, dos quais 80 mil em Campo Grande, a Capital. Tem também o tereré que se toma na guampa, mas não é chimarrão. Tem que ser gelado, ao contrário do mate gaúcho, servido quente, na chaleira.
Da gastronomia para a cultura, MS é ‘terra’ do poeta Manoel de Barros. A história e a cultura se completam, mas são os museus que preservam a identidade praticamente própria.
São eles: Dom Aníbal Barreira, em Porto Murtinho (Padaria Velha); Cine São José e Aduana, em Bela Vista; antigo quartel da PM, em Ponta Porã; Usina, de Miranda; Esplanada Ferroviária, em Três Lagoas, Campo Grande, Água Clara, Aquidauana, Miranda e Corumbá.
O Museu Arqueológico revela, por exemplo, que antes mesmo do descobrimento do Brasil, os índios Guaicurus dominavam toda a região do Pantanal. O Museu de Miranda traz à memória, por exemplo, que a cidade, emancipada em julho de 1778, foi a primeira do Estado a produzir açúcar.
Impossível falar do Estado e não mencionar as influências indígenas. A cultura também é arraigada por esses povos. Com uma das maiores populações indígenas, Mato Grosso do Sul tem muitas produções de artesanato, algumas delas tombadas como patrimônios imateriais, como a Viola do Cocho, a cerâmica terena, o artesanato Kadiwéu e os Bugres de Conceição.
A etnia Terena, com 18 mil índios, é a maior em MS, mas com ocupação fragmentada em diversas regiões. Além de habilidade na agricultura, os terenas são bons artesãos. As aldeias mais próximas dos centros urbanos abastecem as feiras com arroz, feijão, feijão de corda, maxixe, mandioca e milho, alimentos que formam a base de sua própria alimentação.
Algumas nações indígenas são Ofayé Xavante, Kadiwéu, Guarani, Kaiowá, Terena.