Taxa de ocupação é um dos fatores analisados para adoção de medidas restritivas contra a Covid-19
A taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) globais de Campo Grande já alcançou a marca de 71% do total, conforme dados da SES (Secretaria de Estado de Saúde) divulgados na terça-feira (23).
A taxa de ocupação de leitos é um dos indicadores analisados pelo COE (Comitê Municipal de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19) para avaliar a adoção ou não de medidas mais restritivas para conter o avanço do novo coronavírus.
No caso, o sinal de alerta acende-se quando se alcança o índice de 80% de ocupações globais de leitos de UTI – o que está próximo. Vale lembrar que além da variável da taxa de ocupação, a velocidade do crescimento do número de confirmações também é considerado.
Porém, esta é a direção para qual caminha Campo Grande, que contabilizou na terça-feira (23) 1.341 confirmações, dos quais 897 já estão curados, mas 53 seguem internados.
O número de internações é bem menor que os 383 pacientes em isolamento domiciliar por não apresentarem sintomas graves da Covid-19, mas não há dúvidas de que a doença está em franca expansão na Capital. Além disso, há 745 casos suspeitos, que aguardam resultado laboratorial.
Além dos pacientes de Covid-19 da própria cidade, vale lembrar que Campo Grande também é sede de macrorregião sanitária. Ou seja: a estrutura hospitalar da cidade atende os demais municípios da mesma área que não dispõem de UTI. Como São Gabriel do Oeste, cidade a cerca de 130 km de Campo Grande, que tem três pacientes de Covid-19 em leitos de UTI do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul).
Na Capital, são 212 leitos de UTI públicos, dos quais 97, atualmente, estão disponíveis exclusivamente para Covid-19 e 20 deles estavam ocupados com pacientes já diagnosticados. Do total global, 60% deles está com pacientes que sofrem de outras enfermidades (veja tabelas).
A maior parte dos leitos de UTI públicos de Campo Grande está no HRMS, que dispõe de 73 unidades de terapia intensiva conforme o Mapa Hospitalar de Leitos Clínicos e de UTI publicado pela SES no último dia 8 de junho. Na sequência, vem o Hospital Universitário da UFMS, com 14 leitos de UTI. Por fim, há 10 leitos na Santa Casa de Campo Grande.
O mapa aponta que o total de leitos deve passar por expansão e traz planejamento para habilitação de mais 20 leitos de UTI no Hospital Proncor, 7 no El Kadri e 10 na Clínica Campo Grande, a serviço do SUS. Em relação aos leitos clínicos públicos, a macrorregião de Campo Grande tinha 19 internações até a terça-feira, de um total de 280 leitos clínicos adultos disponíveis. O número deve ser ampliado em breve para mais 99 leitos desta modalidade.
“O grande problema é que as internações por Covid-19 são muito longas. Os pacientes permanecem muito tempo sob cuidado dos intensivistas e por essa razão o avanço da doença e o aumento das internações são muito preocupantes. Temos dito diariamente que pouco adianta todo esse esforço da secretaria se as pessoas não colaborarem. Nesse fluxo, em breve vamos ver nossa saúde colapsar”, comentou o titular da SES, Geraldo Resende, em transmissão ao vivo.
Vale lembrar que no começo de junho, o Governo Federal já havia confirmado a destinação de R$ 24 milhões para o custeio de 164 leitos de UTI adulto e 3 pediátricos durante a pandemia.
Créditos: Guilherme Cavalcante/Midiamax