Após 80 anos, o Corinthians alcançou o Tri do Campeonato Paulista em noite de quebra de recorde de público da Arena de Itaquera (46.481 pagantes / 46.903 total). Com uma vitória conquistada graças a gol de Vagner Love aos 44 minutos do segundo tempo, o Timão fez 2 a 1 no São Paulo e repetiu as trincas 22/23/24, 28/29/30 e 37/38/39. Agora, só o clube do Parque São Jorge é Tri no Estado por quatro vezes.
Por outro lado, o São Paulo segue seu martírio. São seis anos sem um título e 14 temporadas sem levantar a taça do Paulistão. A equipe até foi valente, chegou a arrancar um empate com Antony nos acréscimos do primeiro tempo depois de Danilo Avelar abrir o placar, mas acabou castigada por um cochilo na marcação nos minutos finais.
A decisão desse domingo de Páscoa também marcou o 11º Majestoso do estádio corintiano, que segue invicto, com oito vitórias dos mandantes, além de três empates.
Como já era de se imaginar, Corinthians e São Paulo evitaram o famoso ‘abafa’ nos minutos iniciais e desde o primeiro apito preferiram um jogo estudado. Claramente, o receio de um erro fatal era mais latente que o ímpeto de balançar logo as redes.
Empurrado por sua torcida, que durante a entrada dos times em campo mandou o recado por meio de um mosaico, o Timão foi para cima ao perceber a postura cautelosa dos visitantes.
Os contra-ataques eram oferecidos e, em um deles, Everton teve boa chance de finalizar de dentro da área, mas mandou direto pela linha de fundo, sem maiores problemas a Cássio.
Os comandados de Carille abusavam das bolas no pivô. Gustavo era bastante acionado. Só faltou corresponder. Assim, na base da imposição, mesmo que ausente de um futebol mais vistoso, o Corinthians foi chegando e incomodando, principalmente na bola parada.
Aos 31 minutos, então, os tais treinos fechados deram resultado. A jogada foi ensaiada. Sornoza levantou para Ralf na segunda trave em cobrança de escanteio. O volante devolveu para o primeiro pau e Danilo Avelar marcou, de cabeça também, seu quinto gol no ano com a camisa alvinegra.
O cenário se inverteu imediatamente, e os donos da casa falharam no momento de abrir vantagem e, quem sabe, definir a final. Pedrinho foi o primeiro a desperdiçar superioridade numérica. Depois, Clayson e Gustagol bateram cabeça na tentativa de um corta-luz.
O castigo veio no lance derradeiro da etapa inicial. Antony, até então totalmente sumido do clássico, recebeu da entrada da área, limpou para o pé esquerdo e bateu no canto, rasteiro, sem chance para Cássio.
O gol esfriou o otimismo das arquibancadas no intervalo e colocou o São Paulo de volta no jogo. O Tricolor ainda voltou para osegundo tempo com Hernanes no lugar de Everton Felipe. Na prática, porém, o São Paulo seguiu recuado.
Em ritmo cadenciado, culpa dos inúmeros erros de passes e cruzamentos de ambas as equipes, o Majestoso seguiu imprevisível e com os goleiros sem tanto trabalho a fazer. Foi o momento de Love entrar na vaga de Pedrinho e Léo na de Jucilei.
Nada mudou e de novo os técnicos agiram juntos. Boselli substituiu Gustagol, que alongou seu jejum de gols para seis partidas, e Everton foi trocado por Willian Farias.
Escalações, formações táticas e características individuais alteradas. Carille e Cuca até tentaram, mas os jogadores em campo abusavam dos erros e a partida caminhava para o fim com toda pintada que teríamos pênaltis amis uma vez.
Só impressão. Aos 44 minutos, Sornoza percebeu o espaço que a defesa do São Paulo deu a Vagner Love, lançou perfeitamente e o camisa 9 pegou de primeira para marcar um golaço. O gol do título. O gol do Tri do Corinthians.
Daí para frente foi só festa do lado alvinegro e decepção aos são-paulinos. Só deu tempo para Clayson e Boselli desperdiçarem uma oportunidade inacreditável de marcar o terceiro gol corintiano. Nada que impedisse o título.
Agora, as duas equipes concentram atenções nos campeonatos Brasileiro e Copa do Brasil. O Timão ainda tem a Copa Sul-Americana como objetivo.