Ex-zagueiro é um dos sobreviventes do acidente aéreo na Colômbia
Neto pendurou as chuteiras como jogador profissional, mas não vai ficar longe dos gramados na próxima temporada. O ex-zagueiro aceitou o convite feito pela Chapecoense e será dirigente da equipe em 2020. O anúncio oficial está marcado para o início de janeiro, mas o profissional já auxilia o departamento de futebol nas contratações.
A função ainda não está bem definida, o que se sabe é que ele fará a ponte entre os jogadores e a diretoria alviverde. Com contrato até o fim do ano que vem, Neto teve o vínculo alterado. Além disso, a Chape irá auxiliá-lo em cursos de capacitação para o novo cargo.
O ponto final na carreira como atleta foi anunciado no dia 13 de dezembro. Sobrevivente da tragédia com o avião da Chapecoense em 2016, na Colômbia, Neto tentava retornar ao futebol desde o acidente. Ele, inclusive, treinou com bola em março deste ano, mas as dores foram mais fortes e impediram a continuidade do sonho.
" O meu corpo não aguentava mais. As dores eram maiores que o prazer. Conversei com os médicos. Aparentemente, no dia-a-dia não tinha dores, mas nos treinos em alto nível o corpo não aguentava. "
Nascido no Rio de Janeiro, Neto começou a carreira pelo Francisco Beltrão, do Paraná. Ainda atuou por Cianorte, Guarani, Metropolitano e Santos antes de chegar a Chapecoense, em 2015. No Oeste, foi campeão da Copa Sul-Americana (2016) e bicampeão catarinense (2016 e 2017).
Neto após o acidente
Último sobrevivente a ser resgatado no acidente que deixou 71 mortos, entre eles 19 jogadores, Neto lutou pela vida e ficou internado por duas semanas na Colômbia. Ele desembarcou em Chapecó no dia 15 de dezembro. Depois de nove horas de viagem, foi recebido com faixas e gritos de "o campeão voltou".
Desde então, Neto participou apenas de um jogo beneficente para arrecadar dinheiro para os familiares de vítimas da tragédia, mas não atuou mais profissionalmente. Com contrato até 2021, o clube trabalhava no suporte para que o atleta retornasse normalmente aos gramados, mas evitava estabelecer prazos e aumentar a pressão pela volta.
Sem conseguir voltar a jogar profissionalmente, ex-zagueiro se tornou atuante na defesa dos familiares das vítimas. Em setembro deste ano, viajou a Londres e protestou em frente à sede da Aon, empresa que se alega ter atuado como corretora do seguro da aeronave da LaMia, e da Tokio Marine Kiln, seguradora.
( Por G1 - Cahê Mota e Eduardo Florão)