Mesmo com o maior volume de chuvas e melhora nas condições de navegabilidade, a hidrovia ainda está abaixo do normal; Foto: Edemir Rodrigues/Portal MS
A hidrovia do Rio Paraguai retoma a normalidade de sua navegação na região de Porto Murtinho e Corumbá. De acordo com dados da Sala de Situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), no dia 15 o trecho de Ladário chegava a 1,67 metros e em Porto Murtinho, o rio estava em 2,39 metros. Os níveis estão, respectivamente, 16% e 7,6% superiores aos verificados no mesmo período do mês passado.
De acordo com o secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), a melhoria nas condições de navegação no Rio Paraguai “já proporcionou que a FV Cereais, terminal privado de cargas em Porto Murtinho, anunciasse o primeiro embarque de grãos deste ano. Entre os dias 24 e 25 serão embarcadas 20 mil toneladas de soja. Essa é uma operação que comemoramos, pois a hidrovia tem um papel fundamental para a logística sul-mato-grossense”.
O gerente de operações portuárias da FV Cereais, Genivaldo Santos, confirmou que a empresa iniciou a descarga de caminhões na semana passada. “Estamos fazendo carga dentro do armazém para ao final de março vamos ter um comboio entre os dias 24 e 25 para embarque de 20 mil toneladas. É o primeiro do ano”, salientou. Ele lembrou que, neste momento, o rio Paraguai na região de Porto Murtinho está com 2,39 metros de altura. “Em alguns trechos existem algumas restrições, mas outras empresas já estão navegando normalmente. A navegabilidade da hidrovia está tranquila e estamos tocando os contratos de exportação”, adiantou.
O gerente da FV Cereais lembrou que no ano passado a empresa tinha contrato de 400 mil toneladas, mas com a estiagem movimentaram apenas 250 mil toneladas de soja. “Este ano a expectativa é de 420 a 450 mil toneladas dependendo da demanda e nível do rio. Vamos aguardar movimentando abril e maio que sabemos que é bastante intenso para ver como se comporta o rio”, finalizou.
Segundo o Imasul, mesmo com o maior volume de chuvas e melhora nas condições de navegabilidade, a hidrovia ainda está abaixo do normal. Em Porto Murtinho neste período o ideal seria mais de 4 metros no nível do rio. Hoje está em 2,39 metros. De acordo com o analista de recursos hídricos do Imasul, Lincoln Curado, o nível do rio melhorou neste início de ano e não está tão crítico, mesmo assim continua abaixo de 2020 e 2021.
Novos empreendimentos
Considerada um importante hub logístico e entrada da Rota Bioceânica, Porto Murtinho aguarda dois novos portos com investimentos que superam R$ 400 milhões. O projeto mais adiantado é da Docas Fluvial de Murtinho, que já está autorizado na Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários). O outro que está sendo viabilizado é o de Porto Saladero.
Além desse projeto, outros grupos estudam empreendimentos, e já adquiriram áreas próximas ao terminal do Governo. O investimento da Docas Fluvial de Murtinho será acima de R$ 100 milhões na construção de um terminal de granel sólido (para produtos agrícolas, fertilizantes e insumos) com capacidade de movimentar mais de 2,2 milhões de toneladas no ano.
A previsão é gerar 450 empregos diretos e indiretos. A empresa já possui área de cinco hectares na barranca do rio Paraguai onde vai construir as linhas de carregamento, três silos de 15 mil toneladas cada e um armazém para 35 mil toneladas de fertilizantes.
Evento debate logística em MS
O futuro da Hidrovia Paraguai-Paraná será destaque do seminário “MS Dinamiza: Logística e Competitividade”, que acontece nos dias 23 e 24 de março em Campo Grande e vai debater os rumos da logística estadual. O evento que acontece no Ondara Palace, em Campo Grande, vai reunir representantes de setores econômicos e autoridades políticas para troca de experiências e discussão de novas ideias e projetos. São aguardadas do Ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas e da Ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
A promoção é do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Semagro e Sebrae-MS, em parceria com a Empresa de Planejamento e Logística S/A - EPL, vinculada ao Ministério da Infraestrutura do Governo Federal.