A estiagem provocou perdas de pelo menos 1 milhão de toneladas de grãos na safra de soja 2021/2022 em Mato Grosso do Sul. A estimativa é da Aprosoja-MS e o Sistema Siga da Famasul , que fecharam esta semana um novo relatório sobre as condições das lavouras de soja. Os dados apontam que, apesar da área ficar em 3,7 milhões de hectares, a produção total da soja será de apenas 11,4 milhões de toneladas. A média de rendimento estimada que era de 56 sacas por hectare caiu para 50 sacas por hectare. Para o secretário de Meio Ambiente, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck a situação é extremamente preocupante.
“MS passou por problemas hídricos severos e até por isso deu-se a decretação de emergências nos municípios, diante da irregularidade de chuvas. Esta semana fizemos nova avaliação junto com Aprosoja-MS e os resultados foram preocupantes. Sabemos que há anos a produção de soja vem expandindo. A estimativa inicial com estes 3,7 milhões de hectares plantados considerando 56 sacas por hectares representaria 12,7 milhões e toneladas de grãos.
Na primeira avaliação o volume caiu para 12 milhões de toneladas com recuo de 700 mil toneladas. Mas na última semana tivemos uma piora significativa das condições da soja, inclusive com a ampliação além daquelas áreas mais críticas da região sul do Estado” salientou lembrando que recentemente ele esteve com a ministra Tereza o secretário Riedel e o presidente da Famasul Marcelo Bertoni, no município de Naviraí.
Agora com o último levantamento Verruck afirma que houve uma ampliação de áreas com piora de condições da safra. “Isso não é uma notícia muito boa. Estamos avaliando uma condição fundamental. Hoje em MS, dos 3,7 milhões temos 31% da área ou mais de 1 milhão de hectares em condições ruins; 36% em condição regular e boa 33%. Então hoje 67% da produção da soja de MS está regular e ruim o que nos preocupa. O cenário não e positivo e a tendência é que este ruim e regular ainda pode culminar numa redução adicional de safra”, argumentou.
Neste momento, o Estado estima uma produtividade média de 50 sacas por hectare. “Neste ano a estimativa já tinha caído em relação a 2021 para 56 sacas diante de 62 do ano passado. Então mostra que houve uma retração significativa em relação ao ano passado em relação a media. Com isso s safra total deve render apenas 11,464 milhões. Neste momento mais de 1 milhão de toneladas de perdas efetivas”, salientou.
Medidas de ajuda
“Nossa primeira atitude foi o decreto de emergência. Esse decreto tem permitido aos produtores rurais já entrarem com pedido de seguro. Hoje no Banco do Brasil e outras seguradoras já temos mais de 1.200 apólices sendo executadas pedindo seguro agrícola que foram afetados diretamente. Acho que este é um importante ponto. Todos os produtores que não são cobertos pelo seguro agrícola podem solicitar a prorrogação das suas parcelas. Mas durante esta semana já elaboramos um documento junto com a Famasul e a Semagro com participação dos sindicatos rurais solicitando medidas adicionais de ajuda”, relembrou.
Além disso Verruck salientou o empenho da ministra Tereza Cristina junto ao Ministério da Economia para garantir ajuda ao setor produtivo neste momento de crise climática.
“O ministério da Agricultura depende do Ministério da Economia para tomar ações de prorrogação automática dos financiamentos. Então neste momento o Mapa está fechando documento para ajuda adicional os produtores, além das previstas no âmbito das seguradoras. Então isso e um movimento importante nas próximas semanas a ministra deve estar anunciando as ações de ajuda aos estados do Rio Grande do sul, Santa Catarina, Paraná e MS que foram muito afetados pela estiagem. Devemos contar com medidas emergenciais de apoio.
Não podemos esquecer que estamos falando da cultura da soja. A nossa principal cultura. Mas temos impacto ainda nas pastagens no Pantanal, na agricultura familiar na produção de leite. Mas a preocupação e com toda atividade econômica de MS”, destacou. Isso deve representar milhões de dólares de perdas efetivas de valor econômico. “Por isso vamos continuar acompanhando”, adiantou.
Verruck ainda alertou aos municípios para que façam o cadastro na Defesa Civil para que possam ter apoio dos órgãos federais em relação a estiagem em MS.