O desempenho do comércio exterior de Mato Grosso do Sul de janeiro a abril de 2021 mostram um superávit acumulado de US$ 1,213 bilhão, valor 10,81% superior em relação ao mesmo período do ano passado. Esses resultados são puxados pelas vendas externas de soja e celulose, que lideram a pauta das exportações, representando 57,84% da pauta, mas também com destaque para o crescimento das operações comerciais envolvendo outros produtos do agronegócio sul-mato-grossense, como a carne bovina, que registrou aumento de 10,42%, milho (211,54%) e derivados da soja (28,4%), demonstrando que estão em alta no mercado internacional.
Os dados são da Carta de Conjuntura do Setor Externo, elaborada pela Coordenadoria de Estatística da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar). “A Semagro tem feito sistematicamente a avaliação do comércio exterior sul-mato-grossense para avaliar pauta de exportação, andamento das exportações e também países destino”, lembra o secretário Jaime Verruck.
De acordo com o titular da Semagro, os resultados das exportações neste primeiro quadrimestre de 2021 demonstram que “o crescimento da demanda mundial, principalmente nos produtos das commodities e da própria celulose, apresentam uma sustentação de preço, algo que é extremamente favorável para economia do Mato Grosso do Sul e também para o desenvolvimento do Estado e a geração interna de emprego. Tivemos valor crescente no superávit da balança comercial de 10% em relação ano passado, que mostra o dinamismo das nossas exportações”.
Na lista dos três primeiros itens da pauta de exportações nos meses de janeiro a abril de 2021 estão a soja em grão (representando 33,89%), seguido pela celulose (23,95%) e carne bovina (13,09%). “Temos um forte crescimento das exportações de soja e é importante lembrar que, além da questão da tonelagem, o valor total de exportações é maior em função dos preços internacionais e também da taxa de câmbio. Isso é extremamente favorável, lembrando que Mato Grosso do Sul bateu recorde de produção de soja, com 13 milhões de toneladas, por isso nesse ano nós esperamos um forte dinamismo nas exportações e no processamento interno”, comenta Jaime Verruck.
Outros itens da pauta foram ressaltados pelo secretário, como a celulose, “que em termos de tonelagem, ela está um pouco abaixo ainda do que foi no ano passado, mas se recupera ao longo do ano. As exportações também seguem firmes na carne bovina, principalmente os frigoríficos que podem exportar para a China ou lista geral, também avançando. Não podemos deixar de destacar o crescimento do minério de ferro (92,89%) e do açúcar (167,73%), que continua extremamente demandante no mercado internacional e preço favorável, fazendo inclusive com que as usinas aloquem parte da cana, ao invés do etanol, para a produção de açúcar”.
Nas importações, o saldo de janeiro a abril de 2021 foi de US$ 741,3 milhões, ante US$ 752,1 milhões em igual período no ano passado. “O gás ainda representa hoje 39,62% do total das nossas importações, um pouco abaixo do ano passado, mas em função da crise de chuvas no Brasil, o gás natural tem sido demandado na base de produção de energia através das termoelétricas, por isso temos uma expectativa de uma certa estabilidade nos próximos meses”, pontuou o titular da Semagro.
A China segue como principal parceiro comercial de Mato Grosso do Sul. “O mercado da China representa, nesse momento, 47% por cento das nossas exportações, seguido pela Argentina, com 5,2%, que reaparece com a retomada do minério e os Estados Unidos com 5,29% se destacando nas exportações de carne”, finalizou Jaime Verruck.
O principal município exportador em janeiro a abril de 2021 foi Três Lagoas, com cerca de 39,29% dos valores exportados, com composição baseada sobretudo nas exportações na indústria de Papel e Celulose.