Polícia retira madeiras e móveis do anel viário, mas indígenas continuam com o protesto
Tropa avançando em direção aos manifestantes para liberar a rodovia; Vídeo e fotos: Leandro Holsbach
Policiais militares da Força Tática e do Getam (Grupamento Especial Tático de Motos), com apoio da PMR (Polícia Militar Rodoviária), liberaram o anel viário de Dourados nesta segunda-feira (15/12), que estava bloqueado por um grupo de indígenas em protesto ao marco temporal e à prisão de Magno de Souza, preso no sábado (13/12), acusado de estupro.
A reportagem está no local e acompanhou a chegada dos agentes que, sem resistência por parte dos manifestantes, conseguiram desobstruir a rodovia, usando uma patrola para retirar os pedaços de madeira e até móveis que foram colocados - veja o vídeo acima.
Outra informação de momento é que mesmo após a retiradas dos objetos, os indígenas voltaram a bloquear o trecho, conforme imagem abaixo:
Os indígenas já haviam bloqueado a rodovia na tarde de quinta-feira (11/12), que durou até a sexta (12/12), isso porquê na tera (9/12), a PEC 48/23 que estabelece a tese do marco temporal para a demarcação de terras indígenas foi aproavada no Senado.
Com isso, os povos indígenas só teriam direito a áreas ocupadas ou sob disputa na data da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988.
O próximo passo agora é a análise da Câmara dos Deputados. Já na quarta-feira (10/12), o Supremo Tribunal Federal retomou o julgamento de quatro processos que tratam do tema, considerado inconstitucional pela própria Corte em 2023.
Entretanto, na terça, o STF concluiu a fase de apresentação de argumentos e o presidente ministro Edson Fachin, suspendeu o julgamento e informou que a data da análise de mérito ainda será definida.
Ontem, além dessa pauta, a reportagem apurou que o bloqueio se deu devido a prisão de Magno Souza, conforme mencionado no início desta matéria.
