Neste sábado (20/12), a cidade de Dourados completa 90 anos de emancipação político-administrativa, celebrando uma trajetória marcada por transformações desde seu surgimento como povoado no interior do Brasil até se consolidar como um dos principais centros socioeconômicos da região Centro-Oeste.
A história da maior município do interior de Mato Grosso do Sul começa muito antes de sua elevação a município. A região era ocupada por povos indígenas, como os Terena, Kaiowá e Guarani, antes da chegada de colonizadores no final do século XIX. O povoado conhecido como São João Batista de Dourados foi formado próximo ao Rio Dourados, durante o processo de interiorização e ocupação territorial após a Guerra do Paraguai.
A partir de iniciativas de doação de terras, como a de Marcelino Pires, e da estruturação inicial de casas e comércio, a localidade cresceu como núcleo populacional, posteriormente transformando-se em distrito de Ponta Porã, em 15 de junho de 1914. A elevação definitiva a município ocorreu em 20 de dezembro de 1935, marco oficial que dá origem à celebração dos 90 anos neste ano.
Ao longo de quase um século como município, Dourados passou por notável crescimento demográfico. Enquanto o início da década de 1940 registrava uma população modesta, dados mais recentes estimam que, em 2025, o município alcança cerca de 264 mil habitantes, o que coloca na posição de segunda maior cidade do estado e uma das de maior crescimento no Brasil. Esse aumento populacional tem sido contínuo nas últimas décadas, refletindo sua importância regional.
Dourados se consolidou como um centro econômico de destaque no Centro-Oeste brasileiro. A cidade é frequentemente referida como a “Capital do Agronegócio” em função da forte presença do setor agrícola e pecuário em sua economia.
Dados divulgados nesta sexta-feira (19/12), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), reforçam Dourados como o segundo município com maior PIB (Produto Interno Bruto) de Mato Grosso do Sul, ultrapassando Três Lagoas, no leste do estado.
Conforme o Instituto, Dourados acumulou R$ 17,4 bilhões e R$ 20,2 bilhões no período de 2022 e 2023, respectivamente.
A liderança continua com Campo Grande, que somou R$ 40,4 bilhões e R$ 42,2 bilhões, enquanto Três Lagoas, terceiro maior Produto Interno Bruto em Mato Grosso do Sul, totalizou R$ 13 bilhões e R$ 14,7 bilhões nesses anos.
Educação, cultura e sociedade
Dourados consolidou-se também como um polo educacional do interior. A cidade abriga diversas instituições de ensino superior e técnico, como a UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), a Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e ainda o IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul), além de instituições particulares.
No campo cultural, Dourados preserva sua memória por meio de espaços como o Museu Histórico de Dourados, anexo ao prédio do Terminal Rodoviário Renato Lemes Soares, e também no distrito de Vila Vargas. O problema é que ambos os locais estão fechados ao público, e a prefeitura já informou, sem mencionar prazos, que há projeto de reestruturação a ser discutido em 2026.
Por fim, mas não menos importante, a formação social de Dourados é marcada pela diversidade. O município atrai migrantes de diversas regiões do Brasil e também convive com comunidades indígenas em sua zona urbana e rural. Essa diversidade cultural se reflete em tradições, festas, culinária e convivência comunitária, tornando Dourados uma cidade plural e dinâmica.