O Coded (Conselho de Desenvolvimento Estratégico de Dourados) está concluindo neste mês de abril, o processo de compilação dos dados colhidos a partir de Workshop realizado no final do ano, quando os grupos temáticos abriram um link para colher sugestões de encaminhamento aos principais desafios que se apresentam e que, como contribuição, o Conselho vai apresentar, em formato de Governança Colaborativa, aos candidatos às eleições de outubro para a Prefeitura de Dourados.
Turismo, Segurança, Saúde, Planejamento Urbano, Meio Ambiente, Inovação, Educação, Agronegócio e Atração e Retenção de Negócios são os principais eixos de atuação definidos e por onde os integrantes do Conselho pretendem ajudar o Município na formatação das contribuições voltadas para projetar a Dourados dos próximos anos.
Entre os principais desafios, o grupo já apontou para a necessidade em aperfeiçoar mecanismos de planejamento para incrementar as áreas de turismo e de relações públicas, capaz de ampliar a divulgação nacional do Município. O segmento deve ser visto como indutor capaz de agregar famílias dos empreendedores em eventos simultâneos que venham a gerar dividendo e produzir fontes de renda alternativa.
Medidas como o enfrentamento da onda de violência nas aldeias, espaço que divide a cidade com os detentores do maior potencial do PIB regional, aliado à interferência dos crimes transfronteiriços [pela ameaça da rota do contrabando, tráfico de drogas e armas e para escoamento de veículos roubados] exigem pronta ação do Poder Público e os futuros governantes devem se empenhar em buscar soluções que sejam fonte de pacificação e harmonia.
“Dourados deve ser pensada de forma futurista. Por isso chamamos as questões pontuadas pelos nossos colaboradores desses eixos temáticos de desafios, como de fato são, considerando que, pólo de uma região de quase 1 milhão de habitantes, Dourados tem responsabilidades a compartilhar com munícipes de, pelo menos, outras 30 cidades do entorno”, observa o presidente da Diretoria de Implantação do Conselhor de Desenvolvimento Estratégico de Dourados, Nilson Aparecidos dos Santos.
A Saúde, por exemplo, um dos tipos de prestação de serviços mais procurados por essa densidade geográfica regional, ainda discute carências no atendimento odontológico, psicológico e psiquiátrico especializado para o setor público, e se debate com o alto endividamento criado com a implantação da Funsaud, mecanismo que se propôs a ser o gerenciador do Sistema Único. Atendimento insuficiente das demandas de alta complexidade e a deficiência no regime de contratação de mão de obra médica especializada emperram a qualidade exigida.
Depois de quase 20 anos da primeira iniciativa, Dourados se vê agora às voltas com o debate pela atualização do Plano Diretor, muito embora aspectos essenciais, como o tratamento das questões hídricas, de coleta de resíduos sólidos, e em torno de legislações urbanísticas complementares (parcelamento, uso e ocupação do solo, código de obras e de posturas) além da elaboração do zoneamento ecológico-econômico, reclamem um eficiente plano de mobilidade.
Infraestrutura insuficiente para consolidação e ampliação do ecossistema de inovação – aqui invocando as parcerias no cenário estadual e federal – exigem pensar um Centro Tecnológico de Dourados para o Agronegócio, Saúde e Educação, compondo um Plano Diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação para direcionar as iniciativas públicas e privadas.
Igualmente, a espera por vagas na rede pública de ensino, aliada aos impactos negativos que se refletem após a pandemia da Covid na saúde mental de alunos e profissionais da educação, somam-se a idealizar programas de inclusão digital que contemplem, além da profissionalização da Equipe Escolar, o compromisso com a qualificação pedagógica e tecnológica no sentido de evitar a descontinuidade dos planos educacionais existentes, agregado a ações de Infraestrutura e manutenção nas escolas.
Programa de parcerias público/privadas voltadas para a qualificação profissional e especialização técnica tem se mostrado insuficiente frente ao volume de demandas. A legislação que trata do Zoneamento Urbano voltada para áreas empresariais, de lazer e novas atividades, não atende às necessidades de ordem econômica (equilibrando com os aspectos urbanos e ambientais), exigindo estudos em torno da Lei de Incentivos Fiscais que possa ser mais atrativa à captação de novas empresas e ampliação das já instaladas.
Da mesma forma, acompanhando o ‘boom’ de crescimento do Estado, o setor produtivo regional reivindica programas de promoção e incentivo de atração das indústrias de processamento de grãos, um recinto alfandegado com terminais logísticos de infraestrutura para carga e descarga, bem como o debate pela retomada de projetos estruturantes [vide Malha Oeste], interligando as necessidades locais e regionais com a perspectiva do crescimento nacional.