A estadualização do Hospital da Vida, principal unidade pública de saúde da Grande Dourados, fopi defendida pelo presidente da Câmara Municipal, Laudir Munaretto (MDB) durante encontro com o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, e o secretário estadual de Governo, Sérgio Murilo. A reunião aconteceu na manhã desta sexta-feira (26), no plenário do legislativo municipal, e contou com as presenças da maioria dos vereadores da Casa.
Após ouvir detalhada explanação do secretário de Saúde acerca da situação de dificuldades enfrentadas pelo Estado no combate à Covid-19 e das iniciativas da pasta para tentar minimizar os impactos emocionais e econômicos gerados a partir das medidas necessárias ao controle da pandemia de coronavírus, o presidente da Câmara entregou ao gestor estadual, ofício elencando pontos considerados importantes para contornar a situação durante a pandemia e melhorar os serviços de saúde prestados à população douradense e da macrorregião.
Laudir explicou que a situação delicada enfrentada pela população de Dourados e região tem sido debatida exaustivamente pelo Legislativo, profissionais de saúde e gestores, “porém não existe no momento, solução plausível que venha trazer uma luz ao problema”.
“Hoje temos uma Fundação de Saúde, com dívida aproximada de R$ 80 milhões, podendo, em pouco tempo, chegar a R$ 150 milhões, caso não seja construída uma solução para esse problema gravíssimo. Temos um Hospital da Vida que, devido à grande demanda de pacientes, que chega diariamente dos 33 municípios da região, encontra dificuldades para prestar um atendimento de qualidade ao cidadão, vivendo um período de pré-colapso em virtude da pandemia que assola o país”, lembrou Laudir.
O presidente mencionou que a Câmara Municipal tem buscado construir uma saída efetiva para, juntamente com governo do Estado, enfrentar e derrotar esses problemas que se arrastam por alguns anos e que, infelizmente, o município não tem recursos financeiros suficientes para atender à demanda de atendimento.
Para Laudir Munaretto, a transformação do Hospital da Vida em um hospital regional pode se tornar uma opção viável ao município e ao governo do Estado, tendo vista que embora adiantadas, as obras do novo Hospital Regional ainda tendem a demorar um tempo considerável para sua conclusão, prorrogando o sofrimento da população. “Em debate no Legislativo e com a sociedade organizada, chegamos à conclusão que a estadualização da gestão do Hospital da Vida seria a melhor saída para o momento”, reforçou o presidente do Legislativo.
Também participaram do encontro com os secretários de Estado, os vereadores Sergio Nogueira (PSDB), Marcio Pudim (DEM), Liandra Brambilla (PTB), Janio Miguel (PTB), Dr. Diogo Castilho (DEM), Lia Nogueira (PP), Fábio Luiz (Republicanos), Daniel Junior (Patriota), Marcelo Mourão (Podemos), Juscelino Cabral (DEM) e Marcão da Sepriva (Solidariedade).
SITUAÇÃO PREOCUPANTE
Em sua fala aos vereadores douradenses, Geraldo Resende pediu apoio às medidas adotadas pelo Estado no combate à pandemia do novo coronavírus e disse que o momento é de guerra contra o vírus mortal. Para o secretário, é falsa a disputa entre economia e saúde. “É melhor adotar medidas duras, fechar portas agora do que fechar caixões amanhã”, disse Geraldo ao chegar à Câmara para a reunião. Segundo ele, há hoje no MS 1.150 pessoas doentes à espera de leito para internação. Em Dourados são 160 pessoas na fila.
O secretário disse que é preocupante o aumento de casos de mortes por Covid-19 em MS. “Saímos de 41 para 60 mortes na quinta e, nas últimas 24 horas registramos 70 óbitos por Covid, um novo recorde estadual”, lamentou Resende. Segundo ele, uma média de 1.300 novos casos de Covid são registrados diariamente no Estado, “um crescimento vertiginoso, exponencial, da doença, o que tem nos tirado o sono”.
No entanto, Geraldo Resende comemorou a possibilidade da abertura de 35 novos leitos em Dourados, sendo cinco no Hospital Santa Rita, 10 no Hospital da Vida e 20 no Hospital Universitário. O secretário concluiu que o desafio não é apenas a luta por novos leitos, mas, também, ampliar os recursos humanos e a capacidade da usina de oxigênio, além da aquisição de insumos, etc.
Por fim, o secretário de saúde considerou que determinar lockdown seria o ideal diante da iminência do colapso do sistema de saúde, mas reconheceu que a situação angustiante da economia deve ser levada em conta neste momento, para que a situação não se agrave ainda mais.