Esses tempos difíceis, de crises econômicas, de saúde pública (pandemia), de desemprego e de carestia do custo de vida, têm exigido mais da nossa solidariedade em benefício do próximo. Pessoas que carecem de bens materiais, de uso e/ou consumo, para sobreviver.
Existem aqueles ainda que necessitam apenas de uma atenção, um ombro amigo, um abraço ou uma palavra amiga que encoraja e dá forças para resistir e continuar a jornada. São tantos corações aflitos no meio de nós, que seria desumano ignorá-los.
Quanto maior a crise que assola uma comunidade, maior a necessidade de ajuda, da solidariedade de todos aqueles que podem mais, para estender as mãos àqueles mais necessitados.
É importante lembrar que um simples abraço ou um pedaço de pão, podem sim salvar vidas. Não é à toa que ajudar o próximo é o segundo maior mandamento que Deus nos dá. Ele diz: “Amai o próximo como a ti mesmo”. Diz também que aquele que ampara, que socorre o próximo é como se o fizesse ao próprio Senhor.
Na escritura de Mateus (25: 40), Ele deixa bem claro isso: “Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.
Uma amiga contou que por muitos anos ajuda sua cunhada, comprando roupas, calçados e alimentos para a família, que tem três filhos pequenos. No período escolar, arca com todas as despesas de livros e cadernos e até mochilas para os três sobrinhos. Apesar de nunca dizer não, mesmo nas emergências, ela lamentava que a cunhada nunca lhe agradecia pelas incontáveis ajudas que recebia.
Contou ainda que nunca cobrou uma postura diferente da cunhada. Entretanto, guardava um certo rancor pelo fato de nunca ter sido agradecida pelos anos e anos de ajuda à família.
Diante desse desabafo, disse a ela que não deveria se importar com isso, pois se a cunhada não era grata, Deus, que tudo sabe e que tudo vê, sabia muito bem de seu esforço e empenho em ajudar aquela família necessitada.
No final, depois de indagá-la se ela preferia a gratidão da cunhada ou de Deus, ela então se tocou que estava errada há muito tempo e que deveria sim saber que o Senhor era grato a ela pelo cumprimento do mandamento de amar e ajudar o próximo.
Se conscientizou também que muitas bênçãos que teria recebido ao longo da sua vida era por essas e outras ações que desempenhava e ainda desempenha, em benefício do próximo.
Alguém sabiamente já disse que para não nos decepcionarmos com as pessoas, devemos proceder da seguinte forma: “Esperar pouco de nós mesmos, nada dos outros e tudo de Deus”. Agindo dessa maneira, nos esforçando para fazermos o melhor, ficaremos bem e avançaremos espiritualmente em nossa longa jornada da vida.
De nossa parte, também devemos ser gratos a Deus por tudo o que recebemos Dele. O simples despertar para um novo dia já é motivo para elevarmos as mãos aos céus em gratidão pela vida.
Ele, que é Senhor de todas as coisas, inclusive de nosso tempo de permanência na Terra, merece sim não só nossa gratidão pela vida, como pela qualidade dela. Para que tenhamos êxito nesse aspecto, Ele dotou todos nós de um ou mais talentos, que nos permitem viver bem e com qualidade no nosso cotidiano, como cidadãos e como profissionais.
Além de talentos específicos (habilidades na física, matemática, química, esportes, arte, engenharia, medicina, música...) o Senhor nos deu a capacidade para desenvolver habilidades em tudo aquilo que desejarmos. Para isso é preciso dedicação e esforço.
Por essas e tantas outras bênçãos é que devemos ser gratos a Deus e seguirmos sempre em frente, sem medir esforços por estendermos as mãos a todos aqueles que se sentem sofridos e solitários e não esperarmos de ninguém o retorno da gratidão.
*Jornalista e Professor