Entidade que distribui remédios à base de cannabis será reaberta na fronteira

A Associação Paraguaia de Apoio Cannabis Amambay será reaberta no próximo domingo (19), três meses depois da morte do advogado e jornalista Sandro Saul Sánchez Benítez, popularmente conhecido como ‘Drº Canabis’.

Sandro foi atingido com vários tiros no tórax e chegou a ser levado para o Hospital Regional de Pedro Juan Caballero, mas não resistiu.

A entidade era responsável pelo atendimento de quase 3 mil famílias, que recebia gratuitamente frascos de óleo e também de pomadas à base de cannabis, utilizados no tratamento de diversas doenças.

A decisão de reabrir a associação e retornar os atendimentos partiu da família do ‘Drº Cannabis’.

“Além de voltar a prestar esse relevante serviço para comunidade, estamos horando a sua memória”, diz uma nota distribuída pela fundação.

O retorno das atividades será no domingo, como já mencionado, na rua Brasil esquina com a Rca de Cuba, no bairro Bernardino Caballero. O óleo e pomada de cannabis serão distribuídos gratuitamente aos pacientes já cadastrados.

Famílias relatam perseguição

Mais de 200 famílias paraguaias que moram em Pedro Juan Caballero, cidade que faz fronteira seca com Ponta Porã, denunciaram perseguição por parte das autoridades locais que segundo elas, queriam proibir a distribuição gratuita do medicamento.

A distribuição do produto era feita pela Apacam e, segundo denúncias feitas pelo presidente da entidade, a decisão das autoridades municipais atendia a interesses de grupos farmacêuticos que atuam na cidade.

O advogado já havia alertado, no fim de 2021, que havia ‘forças ocultas’ tentando desestabilizar o trabalho da entidade, fazendo ameaças a ele, seus familiares e pessoas cadastradas na entidade. “Estamos encerrando temporariamente nossas atividades por conta dessa perseguição do intendente. Mas não vamos parar nosso trabalho”, disse à época.

Morte a esclarecer

Até agora a Polícia Nacional do Paraguai não conseguiu localizar o pistoleiro que executou o advogado Sandro Sánchez, apesar de ter afirmado que as investigações estavam avançadas. O comissário Abel Cantero, subchefe de Investigações, informou que o suposto assassino já teria sido identificado, mas o crime segue sem esclarecimentos.

Com Midiamax*