Em prisão domiciliar desde março, quando teve início a pandemia da Covid-19, o ex-secretário municipal de Saúde de Dourados, Renato Oliveira Garcez Vidigal teve a prisão revogada nesta quinta-feira (1), conforme o apurado pelo Ligado Na Notícia.
Por telefone, a defesa do ex-secretário, acusado de chefiar quadrilha e preso na Operação Purificação, que mira supostas fraudes superiores a R$ 2 milhões na Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados), o advogado João Arnar confirmou a nova decisão da Justiça à reportagem.
“Ele [ex-secretário] está em liberdade plena, a decisão saiu hoje, e ele ficará livre, em liberdade até o fim do processo”, afirmou.
A prisão
Renato Vidigal comandou a Secretaria de Saúde de Dourados por dois anos, e foi preso em 6 de novembro de 2019, na segunda fase da Operação Purificação, desencadeada pela Polícia Federal para investigar desvio de meio milhão de reais em dinheiro da saúde.
O esquema envolvia e empresa de fachada ‘Marmiquente’, contratada através de licitação fraudulenta para fornecer alimentação aos servidores da saúde, pacientes e acompanhantes.
O médico ficou preso na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), após decisão de transferência da Justiça Federal. O pedido na época foi feito pelo Ministério Público após denúncias de supostas ameaças feitas por Vidigal a testemunhas e ao “ex-testa de ferro” dele na marmitaria, Ronaldo Gonzales Menezes, que denunciou o esquema em acordo de delação premiada.
O sócio de Renato Vidigal na empresa e também réu no âmbito da Operação Purificação, o ex-diretor financeiro da Secretaria de Saúde Raphael Henrique Torraca Augusto, o “Pardal”, saiu da prisão no dia 7 de novembro, beneficiado por decisão tomada no dia anterior pelo juiz Rubens Petrucci Júnior, da 1ª Vara Federal de Dourados.
Renato Vidigal foi homem de confiança da prefeita Délia Razuk (PTB), primeiro como secretário de Saúde e depois como coordenador do Samu (Serviço Móvel de Urgência).
O ex-secretário viu rejeitados, quando preso, todos os pedidos de liberdade feitos à primeira instância, ao TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) e ao STF (Supremo Tribunal Federal).