Caso tratado inicialmente como suicídio teve uma reviravolta após as investigações da polícia constatarem que Jamile foi agredida por Aldemir no estacionamento do prédio onde ela morava.
Imagens de câmeras de segurança mostram o momento que a empresária cearense Jamile de Oliveira Correira, 46, é carregada ferida para o elevador do prédio onde morava pelo filho e o namorado, o advogado Aldemir Pessoa Júnior, que passou a ser suspeito pelo crime. O caso, ocorrido no dia 29 de agosto de 2019, no Bairro Meireles, em Fortaleza, teve uma reviravolta após as investigações da polícia constatarem que Jamile foi agredida por Aldemir no estacionamento do prédio. A morte dela, antes considerada um suicídio, agora é investigada como um caso de homicídio.
As imagens, registradas a partir da 0h27 do dia 30 de agosto, mostram o filho da vítima, um adolescente de 14 anos, puxando com dificuldade a mãe desacordada para dentro do elevador. Segundos depois, o namorado da vítima aparece nas imagens e põe Jamile dentro do elevador.
Momentos depois, os dois tiram a empresária. O vídeo encerra no horário um minuto depois, às 0h28. No vídeo, é possível ver um hematoma no olho e uma mancha de sangue no peito de Jamile.
Procurado pelo G1, o advogado disse que não houve assassinato e ele não tinha interesse no patrimônio da empresária, como relatou uma familiar de Jamile Oliveira.
As investigações da polícia apontam que, no fim noite do último dia 29 de agosto, Jamile foi agredida pelo namorado no estacionamento do prédio onde ela morava. Logo depois, o casal retornou ao apartamento e houve um disparo de arma de fogo que atingiu a empresária.
Jamile foi deixada pelo namorado no Instituto Doutor José Frota (IJF), no Centro de Fortaleza, e morreu às 7h do dia 31 de agosto. Apesar da gravidade do caso, o homem não relatou aos familiares sobre o estado de saúde da empresária e também não acionou a polícia.
Ainda de acordo com a investigação, o advogado chegou a retornar ao prédio, limpou o local e permaneceu no apartamento. Enquanto Jamile estava no hospital, Aldemir Pessoa utilizou o celular dela.
Em um primeiro momento, a morte estava sendo investigada como um caso de suicídio. Quando a Polícia Civil tomou conhecimento dos fatos anteriores ao internamento dela, entretanto, o advogado, também atirador esportivo, foi chamado para depor. Aldemir Pessoa disse que ele e o filho de Jamile tentaram evitar o disparo efetuado por ela mesma.
Contudo, o laudo cadavérico da empresária não condiz com o relato e, na última sexta-feira (13), Aldemir foi apontado pelas autoridades como autor do feminicídio. A arma que teria sido utilizada no caso foi apreendida.
Versões
Uma familiar de Jamile contou, sob a condição de não ser identificada, que Aldemir vinha ameaçando a empresária e já havia formulado um documento para que a vítima assinasse, repassando a ele todos os seus bens.
“Tudo isso me abala muito. A única coisa que ele queria dela era o patrimônio dela, quando o marido dela faleceu, ele deixou um patrimônio alto. Na minha cabeça, ele arquitetou tudo. Fez confusão e matou ela. Ele tinha uma folha onde dizia para ela passar todo o patrimônio dela para ele. Ela disse que ele podia matar ela e ela não passava. Ela dizia para mim que ele era um carrapato, que mandava ele sair do apartamento e ele não saía", afirmou a entrevistada.
Nordeste>Ceara_4__container__">Nordeste>Ceara_4" title="3rd party ad content" name="" scrolling="no" marginwidth="0" marginheight="0" width="970" height="250" sandbox="allow-forms allow-pointer-lock allow-popups allow-popups-to-escape-sandbox allow-same-origin allow-scripts allow-top-navigation-by-user-activation">Aldemir Pessoa Júnior disse que ele e Jamile estavam apaixonados, prestes a casar. "Patrimônio por patrimônio, eu tenho o meu. Não se trata disto. Nós íamos casar agora dia 18, no dia do aniversário dela. Foi um suicídio e, de qualquer forma, tenho minha consciência tranquila", disse.
Ainda conforme apuração do G1, o advogado foi indiciado pelo feminicídio. O caso é investigado no 2º Distrito Policial (Aldeota), que tem como titular a delegada Socorro Portela. A policial atendeu a ligação da reportagem, mas informou que não poderia dar mais detalhes sobre o caso a fim de não atrapalhar as investigações.
( Por G1 CE)