Os suinocultores brasileiros acumulam prejuízos da pandemia da covid-19 e do alto custo de produção acumulado no decorrer dos últimos anos. A Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) aponta, por exemplo, que o preço pago pelo quilo do suíno está em R$ 6,53, enquanto o custo da saca de milho ficou em R$ 86,50.
Presidente da Acsurs, Valdecir Folador destacou, em entrevista ao Canal Rural, avaliou o que se desenha para o produtor de suínos no país. “O custo de produção pouco tem cedido”, afirmou ao participar da edição desta segunda-feira (1º) do telejornal ‘Mercado & Companhia’. “Ainda tem uma janela de prejuízo de quase R$ 0,80”, enfatizou.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal, o Brasil deve ampliar a produção de suínos em 2022. Nesse sentido, Folador observa que essa projeção é, de fato, animadora diante do alto custo atual. “Devemos aumentar a produção em 7%”, afirma. Mesmo assim, ele ponderou. “Uma produção muito ajustada. Infelizmente, o mercado não tem força para tirar o produtor do prejuízo, principalmente o independente.”
Como ajudar a suinocultura
Para Miguel Daoud, que ao lado da apresentadora Pryscilla Paiva conduziu a entrevista com Valdecir Folador, é importante desenvolver estratégias para tirar do vermelho as contas dos suinocultores brasileiros. Na avaliação dele, é preciso fazer com que o setor tenha auxílio, sobretudo financeiro, diante da atual situação.
“A suinocultura tem um papel muito importante, inclusive na exportação. Muitos produtores precisam ter garantias, pois você não consegue produzir com custo de R$ 7,30 e vender por R$ 6,20. Assim, você acaba, em determinado momento, de não produzir mais”, afirmou Daoud, chamando a atenção para a possibilidade de muita gente deixar esse trabalho na pecuária de lado.
Nesse sentido, Daoud deu como exemplo o que ocorreu nos Estados Unidos, onde o departamento de agricultura anunciou que distribuirá US$ 62,8 milhões para criadores de suínos, que tiveram que vender os animais a frigoríficos em meio a uma baixa no valor. “Os produtores não podem ficar abandonados pelo governo. Nossa agropecuária precisa de uma atenção maior.”