A cada dez safras de soja, uma é perdida. A conclusão alarmante faz parte de pesquisa inédita realizada pela Syngenta em parceria com a consultoria Agroconsult e a Sociedade Brasileira de Nematologia.
O estudo apontou números preocupantes sobre prejuízos e perdas decorrentes de nematoides e doenças iniciais. De acordo com o levantamento, já existe uma estimativa de R$ 65 bilhões em perdas por conta desse problema somente na cultura da soja.
O que são nematoides fitoparasitas?
Vermes microscópicos capazes de parasitar as plantas, com prejuízo direto ao desenvolvimento e produtividade de todas as culturas, os nematoides fitoparasitas também causam dano indireto que favorece a entrada de fungos nas plantas.
Impossíveis de serem identificados a olho nu, os nematoides não podem ser erradicados uma vez que identificados no solo, o que torna o controle e o manejo imprescindíveis para evitá-los e, assim, manter o bom desenvolvimento, produtividade e rentabilidade da lavoura: que começam sempre por um solo saudável.
A pesquisa realizada sobre a distribuição e crescimento dos nematoides no Brasil percorreu todo o país durante 2021 e traz detalhes importantes sobre a problemática em todas as regiões, nos mais diversos cultivos e para todas as espécies encontradas.
Se o cenário permanecer como está, a expectativa é de que produtores brasileiros (contando todas as culturas) tenham um prejuízo somado de até R$ 870 bilhões em menos de 10 anos.
Hoje, as regiões mais impactadas pela presença dos nematoides no solo são Sul, Centro-Oeste e Norte, em especial no Cerrado. Em alguns estados, os vermes estão presentes em mais de 99% das amostras. A espécie Pratylenchus ssp., por exemplo, é a mais identificada, chegando a mais de 75% das áreas analisadas. No mapa abaixo, é possível ter uma dimensão da situação atual.
Soja em alerta
Um dos dados mais expressivos apontados pela pesquisa é o prejuízo causado pela presença dos nematoides na soja. Perdas de R$ 374 bilhões em menos de 10 anos somente nesta cultura são previstas.
O resultado detalhado da pesquisa inédita será apresentado oficialmente no 37º Congresso Brasileiro de Nematologia, que acontece de 1° a 4 de agosto, em Ribeirão Preto.