Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja ao longo desta semana que se inicia. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Luiz Fernando Gutierrez Roque.
Os players do mercado da soja permanecem com as atenções divididas entre o desenvolvimento final e os trabalhos de colheita da América do Sul, movimentos da demanda chinesa no mercado internacional e a situação do conflito entre Rússia e Ucrânia no leste europeu. O relatório do USDA de intenção de plantio dos EUA fecha o quadro de fatores para os próximos dias.
Os trabalhos de colheita da nova safra avançam em bom ritmo na maioria dos estados brasileiros. No Sul, a colheita consolida as fortes perdas estimadas para as lavouras do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. No Centro-Oeste e no Sudeste, os trabalhos revelam altas produtividades médias na maioria dos estados, com exceção de Mato Grosso do Sul, onde houve perdas importantes em algumas microrregiões. As estimativas ainda podem sofrer algumas pequenas mudanças, mas a maior parte das perdas já está precificada em Chicago.
Na Argentina, as lavouras entram em fase final de desenvolvimento em algumas províncias. As últimas semanas trouxeram um clima um pouco mais úmido para a Zona Núcleo, o que pode ter sido importante para impedir o avanço das perdas nas principais províncias produtoras. Além disso, as próximas duas semanas também devem ser de um clima relativamente úmido. Assim como os problemas do Brasil, a maior parte das perdas da Argentina também está precificada nos contratos futuros.
A demanda chinesa pela soja dos EUA continua a aumentar, mesmo em meio à colheita sul-americana. Tal fato confirma o sentimento de que a China comprará mais dos EUA nesta temporada para compensar a menor oferta da América do Sul. Tal fato é um fator de suporte para Chicago ao longo do ano.
O esperado relatório do USDA de intenção de plantio dos EUA, que será divulgado na próxima quinta-feira (31), será fundamental para entendermos os rumos do mercado nos próximos meses. A tendência é que o USDA indique um aumento de área de soja na nova temporada, o que pode pesar sobre Chicago. De qualquer forma, a volatilidade recente do milho pode resultar em surpresas na decisão do produtor norte-americano. Atenção redobrada.