A capacidade de processamento de soja pelo Estado de Mato Grosso do Sul vai saltar das atuais 14,5 mil toneladas para 17,5 mil toneladas diárias, um incremento de 20% com a nova esmagadora de soja da Copasul, em Naviraí. Esta semana, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 800 milhões para a construção da fábrica.
O empreendimento terá um investimento total de R$ 1,4 bilhão, sendo R$ 1 bilhão voltado exclusivamente para a indústria e outros R$ 400 milhões destinados à ampliação da capacidade de armazenagem de grãos nos silos da Copasul, assegurando o atendimento à demanda da fábrica.
Com o início das obras previsto para março e uma estimativa de dois anos para conclusão, a indústria tem a inauguração planejada para 2026. A Unidade de Processamento de Soja da Copasul vai gerar 150 empregos diretos e beneficiar cerca de 1 milhão de toneladas do grão por ano.
A fábrica deve adicionar R$ 3 bilhões à receita anual da cooperativa quando estiver em operação, sendo parte essencial para alcançar a meta de faturamento na casa dos R$ 10 bilhões/ano até 2026.
Em âmbito estadual, o projeto entra em consonância com a visão do Governo de MS de incentivar a agroindustrialização e agregar valor às commodities locais.
"Um empreendimento como este impacta na vida das pessoas e de toda região. Houve um esforço concentrado para ações como essa esta, que fazem toda diferença no futuro do Estado. Mato Grosso do Sul está buscando a industrialização de grandes cadeias produtivas. Isto se faz com capacidade de investimento do Estado. Vamos gerir com responsabilidade, pensando nas pessoas, em parceria com capital privado", explica o governador Eduardo Riedel.
Conforme destacou o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de MS, Jaime Verruck, o governo estadual oferece estrutura de incentivos fiscais e também apoia iniciativas de cooperativismo por meio de programas como o Procoop (Programa Estadual de Desenvolvimento e Fortalecimento do Cooperativismo no Mato Grosso do Sul) e linhas do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) para garantir a competitividade do setor.
“O projeto da Copasul se alinha à estratégia do governo do estado de agregar valor e também da expansão da base de cooperativismo de Mato Grosso do Sul, que nós consideramos um fator primordial para o desenvolvimento do estado”, ressaltou Verruck.
“Em nossa análise, o impacto mais importante é a agregação de valor que teremos na soja, que fortalecerá ainda mais o nosso cooperado e vai beneficiar toda a comunidade. Acredito que a Copasul e a comunidade de Naviraí presenciarão um ciclo de prosperidade a partir da implantação da indústria”, projetou.
O financiamento é o primeiro contratado pela Copasul diretamente com o BNDES. A maior parte do valor é financiado com recursos do próprio banco, sendo o restante complementado por programas agrícolas do Plano Safra, como o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) e o Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop), conforme divulgou o BNDES.
“O financiamento diretamente pelo BNDES é um destaque deste empreendimento. Acredito que a qualidade do projeto e das respostas durante a análise da equipe do banco resultaram em sua homologação. Isso é uma demonstração de que nossa proposta está alinhada com as diretrizes estratégicas de apoio e incentivo à industrialização do Governo Federal. Ficamos honrados e orgulhosos desta aprovação”, celebrou Taguti.
“O apoio à cooperativa está alinhado à estratégia de ampliar os investimentos em armazenagem nas diversas regiões do país, além de contribuir para fortalecer a competitividade do complexo agroindustrial brasileiro”, analisou o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luís Gordon.
Indústria em números
A Unidade Industrial de Processamento de Soja vai gerar 150 empregos diretos e cerca de 1.900 indiretos quando estiver em pleno funcionamento, uma geração de renda, em salários, da ordem de R$ 4,2 milhões por ano. O empreendimento vai adicionar cerca de R$ 3 bilhões ao PIB de Mato Grosso do Sul e recolher R$ 230 milhões em impostos anuais para os cofres públicos.
A indústria terá capacidade para processar 3 mil toneladas de soja por dia, ou cerca de 1 milhão de toneladas/ano, transformando o grão em 730 mil toneladas de farelo de soja, 185 mil toneladas de óleo degomado bruto e 33 mil toneladas de casca peletizada.
Entre os principais destinos para os produtos estão a fabricação de biodiesel, de rações e refino de óleo, além do mercado de exportações. A unidade representará um aumento de 20% da capacidade de processamento de soja pelo estado de Mato Grosso do Sul, que vai saltar das atuais 14,5 mil toneladas para 17,5 mil toneladas diárias.
Armazenagem de grãos
Do investimento total de R$ 1,4 bilhão na Unidade de Processamento de Soja, R$ 400 milhões serão voltados para aumentar a capacidade de armazenamento de grãos da cooperativa, com o intuito de garantir o atendimento à demanda da indústria.
O financiamento desta etapa terá capital advindo do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), entre outras instituições.
Os recursos serão aplicados na ampliação da capacidade estática de oito silos da Copasul em Mato Grosso do Sul, além da construção de uma nova unidade, os Silos Serra de Maracaju, localizada no distrito de Vista Alegre, em Maracaju, com capacidade para armazenar 900 mil sacas e inauguração prevista para o início de 2025. A partir destes investimentos, a cooperativa vai ampliar sua capacidade de armazenagem das atuais 14,3 para 15,2 milhões de sacas.