A moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de julho na região Centro-Sul do Brasil atingiu 46,35 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 0,48% em relação à quantidade registrada em igual período do ano passado, quando 46,12 milhões de toneladas foram processadas. A informação consta em relatório da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) divulgado na manhã desta quarta-feira (27).
No acumulado da safra, a moagem totalizou 233,96 milhões de toneladas — ante 258,54 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2021 queda de 9,51%. Até o dia 16 de julho, 255 unidades operaram frente a 259 unidades no mesmo período do ciclo 2021/2022. Informações divulgadas pelo Centro de Tecnologia Canavieira indicam que foram colhidas 77,5 toneladas por hectare em junho de 2022, o que representa uma redução de 0,5% no rendimento agrícola da lavoura na comparação com o mesmo período na safra 2021/2022 (77,9 toneladas por hectare).
O diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, destaca que após seis quinzenas de moagem inferior à observada na safra passada, na primeira quinzena de julho observa-se uma equiparação da quantidade de cana processada. No entanto, o indicador acumulado da produtividade agrícola ainda mostra uma retração de cerca de 1%. Assumindo que essa diferença diminua nas próximas quinzenas, para que haja plena recuperação da moagem e, ainda, um incremento em relação ao ciclo agrícola anterior, será necessário um alongamento do período de safra por parte das unidades produtoras.
A qualidade da matéria-prima colhida na primeira metade de julho, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, apresentou redução de 0,31% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola, registrando 143,19 kg de ATR por tonelada colhida. No acumulado da safra, o indicador segue com uma queda de 3,33% marcando 130,45 kg de ATR por tonelada.
A produção de açúcar na primeira quinzena de julho totalizou 2,98 milhões de toneladas (-0,12%). No acumulado desde o início da safra 2022/2023, a fabricação do adoçante totaliza 12,66 milhões de toneladas, frente às 15,32 milhões de toneladas do ciclo anterior (-17,38%).
Nos primeiros quinze dias de julho, 2,23 bilhões de litros (+2,23%) de etanol foram fabricados. Do volume total produzido, o hidratado alcançou 1,28 bilhão de litros (-0,66%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 946,24 milhões de litros (+6,44%). No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação de álcool atingiu 11,25 bilhões de litros (-5,44%), dos quais 7,08 bilhões consistem em etanol hidratado (-6,63%) e 4,17 bilhões em anidro (-3,34%).
Do total de biocombustível fabricado, a produção a partir do milho na primeira quinzena de julho registrou 172,66 milhões de litros, contra 131,97 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2021/2022 avanço de 30,83%. No acumulado desde o início da safra, a produção a atingiu 1,13 bilhão de litros – avanço de 32,89% na comparação com igual período do ano passado.
O executivo da Unica afirma que além da moagem, a produção total dos produtos da cana, mensurada em ATR, também registrou um avanço de 0,17%. No entanto, com a contribuição dos produtores de etanol de milho foi possível viabilizar um avanço de 2,23% na produção de etanol total, mais de quatro vezes o aumento da moagem nessa quinzena.