A modalidade de furto de GPS dos equipamentos agrícolas em Mato Grosso do Sul, foi parada pela Deleagro (Delegacia de Combate a Crimes Rurais e Abigeato), após a prisão de seis envolvidos em roubo e receptação dos dispositivos utilizados para mapear as áreas de plantio, auxiliar na irrigação e aplicação de defensivos agrícolas, entre outras atividades.
De acordo com o titular da Deleagro, o delegado Mateus Zampieri, esse tipo de crime no campo foi cessado graças ao trabalho conjunto da Deleagro com as delegacias locais, em conjunto com a Defron (Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira), Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal (PRF).
“Nestes furtos de GPS tinha gente de outros estados vindo aqui cometer crimes, os equipamentos eram mandados para outros estados e para outros países aqui da nossa fronteira. Então esse trabalho assim devagarzinho a gente foi identificando, fomos na fronteira com São Paulo prender gente que tava envolvido com a receptação e com encomenda desses equipamentos. Realizamos algumas prisões acho que em torno de cinco seis prisões e tanto aqui como fora do Estado, depois das prisões desses últimos criminosos que estavam envolvidos nós não tivemos mais nenhum registro de de furto de GPS”.
Além disso, muitos produtores têm buscado alternativas para garantir a segurança dos equipamentos, como o uso de cercas elétricas, alarmes e rastreadores. No entanto, essas medidas representam mais um custo para os produtores, que já enfrentam diversos desafios para manter a rentabilidade da atividade agrícola.
“É um avanço muito importante para a cadeia produtiva de Mato Grosso do Sul. A falta de segurança no campo sempre foi uma questão que afetou o produtor, que agora passou a trabalhar mais tranquilo”, comentou o presidente da Aprosoja MS, André Dobashi.
Os furtos têm causado prejuízos financeiros aos produtores, além de impactar diretamente na produtividade das lavouras. Segundo relatos de produtores locais, os criminosos agem principalmente durante a noite, quando os equipamentos ficam parados no campo. Ainda segundo o delegado, a vulnerabilidade do maquinário parado promove uma facilidade aos criminosos e o apoio da Defron é fundamental para impedir que esses equipamentos saiam do país.
“Esses equipamentos são do tamanho de uma bola de futebol pra ter uma ideia do tamanho de um GPS de máquina agrícola, esse conjunto hoje é avaliado em cerca de cem mil reais [...] O criminoso quer facilidade então um equipamento GPS desse hoje vale mais do que ele estourar um caixa eletrônico, ele não vai correr o risco de estar numa cidade grande, tentar explodir um caixa eletrônico pra tirar cem mil reais”, explica Zampieri.
Abigeato
Outra modalidade de crime que preocupa o produtor rural é o abigeato, porém durante sua 83ª edição da ExpoGrande, o delegado Mateus Zampieri afirmou que o número de crimes de abigeato em Mato Grosso do Sul, reduziu em 46% no primeiro trimestre de 2023, quando comparado ao mesmo período de 2022.
“A gente tem observado a diminuição gradativa nos crimes de abigeato, comparando o primeiro trimestre de 2023 com 2022, nós tivemos uma redução de 46% no número de abigeatos aqui no Estado. Não é um trabalho isolado da Deleagro, é um trabalho conjunto com as delegacias locais, com polícia militar e polícia rodoviária federal (PRF)”, finaliza.
Os prejuízos são grandes para os produtores rurais, que perdem seus animais e têm sua produção afetada. Para combater o crime, a Deleagro tem realizado operações e investigações para identificar e prender os responsáveis. Em algumas regiões do estado, a presença da polícia nas estradas e em áreas de risco também tem sido intensificada.