A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou em Brasília, do Fórum Nacional de Trigo. O evento com foco nos avanços da pesquisa e novas oportunidades para expansão da produção do cereal no Brasil foi realizado pela Embrapa.
O assessor técnico da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas, Tiago Pereira, apresentou o panorama de oferta e demanda do trigo, o cenário de exportações considerando a safra 2022/23 e o comportamento dos preços internos do cereal.
“Existe um potencial para ampliar a produção de trigo no Brasil para contribuir com a demanda nacional e global. Para isso é importante delinear medidas de curto, médio e longo prazos para alcançarmos a autossuficiência.”, explicou.
No Brasil, o cultivo do trigo ocorre principalmente na região Sul e existe potencial de ampliação para o cerrado. “A Assistência Técnica e Gerencial do Senar é um importante serviço que poderá contribuir com a tropicalização da cultura auxiliando os produtores rurais que se interessarem pelo cultivo do trigo em diferentes regiões”.
O assessor ainda apresentou dados sobre a produção e exportação mundial de trigo. “Na safra 2021/2022 foram colhidos mais de 778 milhões de toneladas, com destaque para a União Europeia, China, Índia, Rússia e Estados Unidos”.
Com relação às exportações, Pereira destacou que a Rússia aparece na liderança e a Ucrânia em quinto lugar e, juntos, correspondem por 30% da oferta total de trigo no mundo, na média de cinco anos. Para a safra 2022/23, o cenário de produção e exportação do trigo será desafiador, agravado pelo conflito no leste europeu.
Sobre os preços internos, Pereira comentou que os movimentos de alta de preço podem estimular um aumento de área no Brasil, tornando o país menos dependente. “Consumimos em média 12 milhões de toneladas e importamos quase metade de países do Mercosul, da Rússia e dos EUA”.
O painel “Expansão do trigo tropical – Oportunidades e Desafios” ainda teve a participação do chefe do departamento de Patologia em Trigo, Pawan Kumar Singh, do presidente-executivo da Abitrigo, Rubens Barbosa com a moderação do chefe-geral Embrapa Trigo, Jorge Lemainski e o Chefe-Adjunto de Transferência de Tecnologia Embrapa Trigo, Giovani Stefani Faé.