O agronegócio brasileiro já é protagonista em ações de implementação de projetos de inovação e sustentabilidade, ajudando a garantir a segurança alimentar em todo o mundo e com potencial de ser para o setor de alimentos o que a Arábia Saudita é para a produção de petróleo. Essas foram as mensagens propagadas pelas autoridades que se fizeram presente em evento realizado em Brasília na manhã desta quarta-feira (24).
Realizado pelo Canal Rural em parceria com o Sistema OCB diretamente da sede do Centro Internacional de Convenções do Brasil, o evento fechou o primeiro ano da série “Seminários sobre Sustentabilidade e Inovação no Cooperativismo”. Antes, a programação havia passado por três capitais estaduais: Curitiba (PR), Manaus (AM) e Belo Horizonte (MG).
O evento em Brasília contou com as participações dos ministros Marcos Montes (Agricultura, Pecuária e Abastecimento/Mapa) e Joaquim Leite (Meio Ambiente), do embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto e do presidente do Banco do Brics, Marcos Troyjo. Diretora de Produção Sustentável e Irrigação do Mapa, Fabiana Villa Alves também marcou presença no encontro que contou com painel moderado pelo diretor de conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira.
Ao subir ao palco do evento, Joaquim Leite destacou o trabalho desenvolvido pelo governo federal nos últimos anos. “Saímos de uma política de simplesmente culpar e multar o setor privado para incentivar a criação de uma nova economia verde. E as cooperativas são super responsáveis por isso, abraçaram a causa”, afirmou. “Quando se fala em ESG… vocês já fazem ESG, só falta divulgar de uma forma correta”, complementou o titular do Meio Ambiente.
Em sintonia com Leite, Marcos Montes valorizou o trabalho da agricultura brasileira em prol da segurança alimentar em todo o planeta. “O mundo precisa do Brasil para consumir alimentos”, declarou o ministro do Mapa. Nesse sentido, ele valorizou o trabalho de produtores rurais do país de conseguir aumentar a produtividade — e de forma sustentável.
À frente do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco dos Brics, Marcos Troyjo foi outro a valorizar o protagonismo brasileiro na questão segurança alimentar, sobretudo em mercados para além da Europa. Ele registrou, por exemplo, que o Brasil tem tido novos parceiros para a exportação de alimentos.
“Olha que coisa curiosa: hoje, o Brasil exporta mais para Cingapura do que para a Alemanha. Exporta mais para a Malásia do que para a Itália. Exporta mais para a Tailândia do que para a França. Exporta mais para o Vietnã do que para a Suíça; e mais para a Índia do que para o Reino Unido”, exemplificou Troyjo. Com isso, em outro momento do evento, ele destacou: “O Brasil tem o potencial para se tornar a Arábia Saudita dos alimentos”.
O tema central do encontro realizado no Distrito Federal foi “O Brasil e o agro no século XXI”. Embaixador e secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Paulino Franco de Carvalho Neto valorizou o trabalho do agronegócio do país, definido por ele como “moderno e sustentável”.
“Temos que combater algumas narrativas baseadas em generalizações. É bom sempre lembrar que 80% da causa da mudança do clima se devem à queima de combustíveis fósseis”, declarou Carvalho Neto. “A agricultura, a pecuária e até mesmo o desmatamento, por pior que seja, não são responsáveis pela alteração climática”, continuou ao avisar que levará essa questão à COP-27, que será realizada em novembro no Egito.
Na sequência do embaixador, Fabiana Villa Alves foi pelo mesmo caminho e, assim, enalteceu o trabalho que já é feito pelo agronegócio brasileiro. “Sim, temos uma produção sustentável”, disse a integrante do Mapa. “Mais do que isso: somos muito responsáveis e comprometidos com a segurança alimentar”, enfatizou. “Há mais de uma década, produzimos com sustentabilidade”, prosseguiu.