Segundo a entidade, a avicultura passa por sérios impasses na importação de milho, por entraves nas fronteiras com países do Mercosul
O setor avícola vem enfrentando muitas dificuldades no mercado de grãos, em especial a falta de milho, em detrimento da estiagem que se repete nos últimos três anos.
Aliado a esse problema, há ainda as consequências da pandemia e, mais recentemente, os efeitos do conflito no Leste Europeu.
Um dos principais insumos para ração para aves é o milho, onde somente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina o déficit chega em torno de 7 milhões de toneladas.
Para suprir os plantéis de aves e suínos as agroindústrias do setor estão importando milho de outros estados, da Argentina e Paraguai.
A produção de proteína animal, carne de aves e derivados, atende à demanda de alimentos da população gaúcha, brasileira e de mais de 150 países.
No entanto, nos últimos meses o setor passa por sérios impasses de importação de milho, principalmente do Paraguai, via rodovias, entraves nas fronteiras causados pelos serviços de averiguação aduaneira, os quais estão morosos em demasia a “operação padrão” de algumas áreas do serviço público federal.
“O setor de produção, principalmente de proteínas animal, não suporta mais o pacote de dificuldades o qual está submetido ultimamente, formado por estiagem, pandemia, efeitos da guerra entre Ucrânia e Rússia e os obstáculos para entrada de grãos para produção de alimentos para milhões de pessoas”, diz o presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos.
O dirigente refere-se principalmente as queixas das indústrias e dos produtores que estão tentando importar milho do Paraguai e Argentina e estão esbarrando nos entraves gerados no processo de fiscalização nos postos de fronteira, em algumas situações por averiguação de documentos exigidos por parte do ministério da agricultura, outras por procedimentos da receita federal.
“Realmente, não temos mais certeza da Ordem e Progresso no Brasil”, enfatiza Santos.
A entidade respeita os movimentos de reivindicação, porém alerta que os entraves para importação de milho poderão dificultar a produção de alimentos para atender a demanda da população.