O vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Fernando Sarney, apresentou nesta quarta-feira (7) uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a suspensão imediata do acordo homologado pela Corte que garantiu a permanência de Ednaldo Rodrigues na presidência da entidade. Sarney, um dos signatários do pacto celebrado em fevereiro, argumenta que o documento é inválido juridicamente devido à suposta falsificação da assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, ex-presidente da CBF.
Na petição, Sarney afirma que a assinatura de Nunes no protocolo de acordo foi forjada, o que caracterizaria simulação de negócio jurídico. O documento, homologado pelo ministro Gilmar Mendes, havia encerrado a disputa judicial iniciada em 2022 e validado a eleição de Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF. Segundo o vice-presidente, as provas anexadas atestam a ausência de validade legal do acordo.
A medida de Sarney amplia a crise interna da CBF e aprofunda a disputa política em torno do comando da entidade. Embora ainda ocupe o cargo de vice-presidente com mandato até março de 2026, Sarney rompeu politicamente com Ednaldo e não participou da chapa reeleita para o próximo mandato, que vai de 2026 a 2030.
O pedido é mais um capítulo da longa disputa judicial envolvendo a liderança da confederação. Em janeiro deste ano, o ministro Gilmar Mendes havia concedido liminar reconduzindo Ednaldo ao cargo após sua destituição, sob o argumento de que a FIFA poderia punir o Brasil com uma suspensão esportiva caso a CBF permanecesse sob intervenção judicial. A liminar teve como base o acordo que agora é contestado.
Além de Fernando Sarney, a deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil-RJ), conhecida como Daniela do Waguinho, também ingressou com petição no STF solicitando o afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues. A parlamentar sustenta seu pedido no mesmo laudo pericial que aponta falsidade na assinatura de Coronel Nunes.
Entre os signatários do acordo estão, além de Sarney e Coronel Nunes, Gustavo Feijó, Castellar Neto, Rogério Caboclo, a Federação Mineira de Futebol (FMF) e a própria CBF. O entendimento firmado havia colocado fim ao processo judicial que corria no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, questionando a legitimidade da eleição de Ednaldo em 2022.
O caso segue sob relatoria do ministro Gilmar Mendes, que agora deverá avaliar os novos pedidos e as provas apresentadas. Caso a petição seja acolhida, o Supremo poderá rever a decisão anterior e retomar o julgamento sobre a presidência da CBF.