Em sua 47ª edição, o Campeonato Sul-Mato-Grossense terá neste domingo (6), às 17h, no Estádio Saraivão, a decisão que pode alterar o equilíbrio histórico entre a capital e o interior na disputa pelo título estadual. De um lado, o Operário, maior vencedor da competição, com 13 títulos. Do outro, o Ivinhema, representante do interior que tenta repetir o feito de 2008 e conquistar o segundo troféu de sua história.
A vitória por 1 a 0 no jogo de ida, no Estádio Morenão, dá ao Operário a vantagem do empate para erguer o 14º troféu e ampliar a liderança entre os campeões. Já o Ivinhema, que busca o bicampeonato, precisa vencer por dois ou mais gols de diferença para reverter a desvantagem e fazer história novamente diante da sua torcida.
A decisão deste ano também carrega um significado simbólico para o futebol sul-mato-grossense. Em 46 edições anteriores do estadual, os clubes de Campo Grande levantaram 28 títulos, enquanto os representantes do interior ficaram com 18. A última conquista fora da capital ocorreu em 2023, com o Costa Rica. Desde então, o Operário retomou o protagonismo e tenta emplacar o segundo título consecutivo, repetindo o feito sob o comando de Leocir Dall’Astra, técnico também responsável pela campanha do título de 2024.
Do outro lado, Douglas Ricardo busca reviver o feito de 2008, quando levou o Ivinhema ao título estadual com vitória por 2 a 0 sobre o Misto, em Três Lagoas. O treinador permanece como símbolo da conquista mais relevante da história do clube, e retorna à final com a missão de conduzir o Azulão do Vale a um novo capítulo de glória.
O retrospecto recente mostra um campeonato dividido. Nos últimos cinco anos, foram três títulos para o interior (Costa Rica em 2023 e 2021; Águia Negra em 2020) e dois para a capital (Operário em 2024 e 2022). A sequência mais expressiva de conquistas fora de Campo Grande ocorreu entre 2006 e 2009, com quatro títulos consecutivos divididos entre Coxim, Águia Negra, Ivinhema e Naviraiense.
Ao todo, dez clubes do interior já venceram o Campeonato Sul-Mato-Grossense. Entre eles, o Águia Negra é o maior vencedor, com quatro conquistas, seguido por Ubiratan (3), Chapadão, Corumbaense e Costa Rica (2 cada). Sete de Dourados, Coxim, Nova Andradina, Ivinhema e Naviraiense somam uma conquista cada. Dourados e Rio Brilhante são os municípios com maior número de títulos do interior, quatro cada um.
Na capital, o clássico Comerário segue como símbolo da tradição local. O Comercial soma nove títulos, enquanto o Operário caminha para a 14ª taça. O CENE, hoje fora da disputa, acumulou seis títulos entre as décadas de 2000 e 2010.
A decisão entre Ivinhema e Operário colocará à prova não apenas o desempenho técnico das equipes em campo, mas também a resistência de duas tradições que marcaram a história do futebol de Mato Grosso do Sul. Para o Operário, trata-se de manter viva a hegemonia. Para o Ivinhema, é a oportunidade de fazer do Saraivão o palco de uma nova conquista e reequilibrar a balança entre capital e interior.