A exatamente um mês da partida contra o Equador, válida pela 15ª rodada das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2026, a Seleção Brasileira segue sem treinador definido. Já são 38 dias desde a saída do último técnico e 31 desde que o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, declarou que o novo comandante seria anunciado “em breve”.
O nome favorito permanece sendo Carlo Ancelotti, atual técnico do Real Madrid. A Confederação Brasileira de Futebol optou por aguardar o desfecho da temporada europeia e a definição da situação contratual do italiano. Contudo, a negociação se arrasta sem garantias, enquanto Jorge Jesus e Abel Ferreira seguem em compasso de espera.
O Brasil entra em campo no dia 5 de junho, no estádio Monumental de Guayaquil, no Equador. A estreia do novo técnico, seja ele qual for, está marcada para esta partida. O nome de Ancelotti é prioridade absoluta da CBF, que aguarda uma possível liberação do treinador após o clássico entre Real Madrid e Barcelona, no próximo domingo, considerado um ponto de inflexão na disputa por La Liga.
Apesar da disposição brasileira, o técnico já deixou claro que não pretende pedir demissão do clube merengue, e qualquer decisão dependerá do presidente Florentino Pérez. O Real Madrid, que manifestou desconforto com a aproximação do italiano com a CBF, ainda tenta evitar sua saída antes do fim do contrato, válido até 2026.
Nas últimas semanas, a negociação esfriou após recusa de Ancelotti a formalizar um acordo. Intermediários da CBF chegaram a viajar a Londres para uma reunião com o empresário do treinador, mas o Real Madrid vetou avanços. Em paralelo, o técnico italiano recebeu sondagens da Arábia Saudita, com uma proposta do Al Hilal estimada em 40 milhões de dólares por ano.
Mesmo com o impasse, a CBF pretende manter a espera até o fim de La Liga. A convocação oficial para os jogos contra Equador e Paraguai, porém, precisa ser enviada à Fifa até 18 de maio. A lista preliminar de mais de 50 atletas será elaborada por Rodrigo Caetano, diretor de seleções, e Juan, coordenador técnico, que não participam das tratativas com Ancelotti.
Caso o italiano seja liberado, ele deve se apresentar ao Brasil no dia 26 de maio para comandar os trabalhos a partir do CT Joaquim Grava, em São Paulo. A delegação embarca para o Equador no início de junho e retorna a São Paulo após a partida. O segundo compromisso está marcado para o dia 10 de junho, contra o Paraguai, na Arena Corinthians.
Enquanto espera uma definição, a CBF mantém dois nomes como alternativas: Jorge Jesus e Abel Ferreira. O português, recentemente demitido do Al Hilal, está livre no mercado e já teve conversas iniciais com a entidade. Já Abel, que tem contrato com o Palmeiras até o fim de 2025, nunca foi procurado oficialmente, apesar da pressão interna de dirigentes favoráveis ao seu nome.
A indefinição segue e, por ora, o comando da Seleção segue vago. A expectativa gira em torno dos próximos dias, com atenção especial ao desfecho da temporada espanhola e à posição oficial do Real Madrid. A CBF aguarda, mas o tempo aperta.