Pedro Martins pediu demissão do cargo de CEO do Santos na manhã desta terça-feira (28). O executivo, que acumulava também a função de diretor de futebol, estava no clube desde o fim de dezembro de 2024. O Santos já trabalha na busca por um substituto para comandar o departamento de futebol.
Martins tentou implementar um processo de modernização na gestão do clube, mas enfrentou resistências internas. Algumas demissões e mudanças administrativas propostas por ele não foram bem recebidas, o que gerou desgaste com dirigentes e conselheiros. A diretoria pretendia deslocar o CEO para uma função mais administrativa, alocando-o na Vila Belmiro e retirando-o do comando do futebol, função que passaria a outro dirigente. Martins recusou a mudança.
A saída ocorre em meio a um cenário esportivo conturbado. O Santos foi eliminado da Copa do Brasil, ocupa a zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro e lida com problemas financeiros e contratuais. Um dos episódios que ampliou a pressão sobre o ex-CEO foi a rescisão com o técnico Pedro Caixinha. O clube deverá pagar cerca de R$ 15 milhões à comissão técnica, valor que pode levar a um novo transfer ban, caso a dívida não seja quitada.
Além disso, houve atritos sobre a conduta disciplinar do atacante Gabriel Veron, que acumula episódios de indisciplina. Enquanto parte da diretoria defendia o afastamento do jogador, Martins optou por mantê-lo no elenco.
Outro ponto de tensão foi uma entrevista coletiva concedida em abril, quando o então CEO afirmou que “o saudosismo iria matar o Santos” e defendeu a modernização do clube. As declarações repercutiram negativamente entre torcedores e conselheiros e contribuíram para o seu isolamento político.
Martins havia sido contratado para substituir Paulo Bracks como CEO e Alexandre Gallo como diretor de futebol. Ele liderou a reformulação do elenco para 2025, com a chegada de jogadores como Zé Rafael, Thaciano, Rollheiser, Tiquinho Soares, Barreal, Veron, entre outros, além da contratação de Caixinha.
A repatriação de Neymar, por outro lado, foi conduzida diretamente pelo presidente Marcelo Teixeira, sem participação direta de Martins.
O clube ainda não definiu o novo responsável pelo departamento de futebol.