O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) determinou a abertura de diligências preliminares para investigar um possível envolvimento do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, em um esquema de apostas em corridas de cavalo. A investigação é conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e é independente da denúncia anterior que envolve o jogador em caso de fraude esportiva e estelionato.
A nova linha investigativa foi motivada por conversas interceptadas entre Bruno Henrique e seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, também denunciado pelo MPDFT. Nas mensagens, o atacante orienta o irmão a não realizar transferências bancárias usando sua própria conta, devido à semelhança entre os nomes, e menciona que seria necessário arrecadar R$ 10 mil por fim de semana para participar do suposto esquema.
— “Não é nada disso, não (aposta em cartão ou vitória de algum time). Parada de cavalo” — disse o jogador, ao ser questionado sobre o foco das apostas, segundo consta nos autos.
O MPDFT avalia que os indícios justificam o aprofundamento das apurações. Caso os elementos reunidos nas diligências preliminares confirmem a existência de ilícitos, um novo inquérito policial poderá ser instaurado, separado do processo já existente.
Denúncia por fraude em aposta esportiva
Bruno Henrique, seu irmão e mais sete pessoas já foram denunciados por fraude esportiva e estelionato. As investigações apontam que, no jogo entre Flamengo e Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023, o atacante teria deliberadamente buscado um cartão, com antecedência informada a um grupo que realizou apostas específicas sobre essa ocorrência. O jogo foi realizado em Brasília, onde casas de apostas relataram movimentações atípicas nas apostas sobre cartões para o atleta.
A repercussão da denúncia levou a operações de busca e apreensão na residência do jogador e no Ninho do Urubu, em novembro de 2024. Na época, Bruno Henrique negou qualquer participação no esquema:
— “Sou inocente. Recebi (a operação) de uma forma agressiva. Acredito na justiça lá de cima. Estou tranquilo e espero que a justiça seja feita”, declarou o jogador.
Situação no STJD
Na esfera esportiva, o caso havia sido arquivado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Contudo, novos elementos levantados pelo MPDFT reacenderam a discussão e o tribunal esportivo tem até 60 dias para reavaliar o processo à luz das recentes descobertas.
O Flamengo ainda não se manifestou oficialmente sobre o novo desdobramento envolvendo seu jogador.