A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, participou nesta quarta-feira de uma audiência pública na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas no Senado. Durante a reunião, Leila Pereira defendeu que pessoas envolvidas em casos de manipulação de resultados no futebol devem ser banidas do esporte.
"Sem punição você não vai chegar a lugar absolutamente nenhum. A impunidade é a semente do próximo crime. Não adianta advertência, uma carta. Se você participar desses esquemas, você vai ser banido do futebol, eu não tenho dúvidas disso", afirmou a presidente do Palmeiras.
Leila Pereira foi convidada a depor na condição de testemunha, respondendo a questionamentos levantados pelo dono do Botafogo SAF, John Textor, sobre supostas manipulações de resultados no Campeonato Brasileiro, incluindo partidas do Palmeiras. O convite foi feito pelo presidente da CPI, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), e sofreu vários adiamentos antes de ser realizado nesta quarta-feira.
No início do depoimento da presidente do Palmeiras, o senador Jorge Kajuru fez um comentário considerado machista. "E aqui registro com muito prazer, sempre atuantes, os Senadores Carlos Portinho, Chico Rodrigues e, que chegou primeiro, a nossa querida Margareth Buzetti, que gosta de futebol. Representando as mulheres, ela, que gosta de futebol. Normalmente mulher vai no estádio e pergunta quem é a bola. Não é o seu caso", disse Kajuru.
Durante a reunião, Leila Pereira manifestou sua confiança no uso do VAR (árbitro assistente de vídeo), mas destacou a necessidade de maior capacitação dos profissionais que operam o sistema. "Acredito no VAR, mas acredito que existem erros e que as pessoas precisam ser capacitadas. Eu acredito que a CBF e o diretor de arbitragem estão trabalhando e muito para melhorar cada vez mais a nossa arbitragem. O VAR tem que continuar sim, mas precisamos capacitar cada vez mais as pessoas que manejam", opinou.
A presidente do Palmeiras também afirmou que o clube adota medidas preventivas para evitar que seus atletas se envolvam em esquemas de manipulação de resultados. "Os atletas do Palmeiras, quando assinam contrato com o clube, existe uma cláusula dizendo que eles não podem apostar e tem o código de ética. Esses são os instrumentos que nós temos. Tem que conversar. Jovens nos clubes acham que aquilo é normal e não é normal. Os atletas têm de seguir o que está em nosso código de ética e o que está previsto em contrato", revelou.
Em um momento descontraído da audiência, o senador Chico Rodrigues (PSB-PE) perguntou à presidente do Palmeiras sobre seu time do coração. "Peraí, né, senador. Peraí, né, senador. O senhor tem alguma dúvida? Meu sangue é verde", respondeu Leila Pereira, arrancando risadas dos presentes.
A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas continuará seus trabalhos nesta quinta-feira, com uma nova audiência pública às 10h. Serão ouvidos o presidente da comissão de arbitragem da CBF, Wilson Luiz Seneme, e o diretor de governança e conformidade da CBF, Hélio Santos Menezes Júnior.