Pressionado por resultados e desempenho, treinador italiano dependerá de títulos na Champions e na Copa do Rei para seguir no cargo
O ambiente no Real Madrid deixou de ser estável. Com desempenho oscilante no Campeonato Espanhol e recentes falhas defensivas que resultaram em derrotas preocupantes, Carlo Ancelotti passou a conviver com forte pressão interna. Segundo o jornal As, a diretoria madridista considera os próximos compromissos decisivos para definir a permanência do técnico: o confronto com o Arsenal, pela Liga dos Campeões, e a final da Copa do Rei diante do Barcelona.
A avaliação no clube é de que os oito gols sofridos nas partidas contra Leganés, Real Sociedad e Valencia expõem uma fragilidade crescente na equipe. Com cinco derrotas e seis empates acumulados em La Liga, o desempenho na competição nacional já é considerado insatisfatório. Para os dirigentes, os números revelam mais que instabilidade: sinalizam que Ancelotti pode estar perdendo o controle sobre o elenco.
Internamente, quatro pontos principais geram desconforto com o trabalho do treinador italiano, campeão europeu em sua atual passagem pelo clube.
Escalações questionadas
Causou incômodo a opção por escalar o meio-campista Tchouaméni improvisado na zaga, deixando Asencio, revelação da temporada, fora da equipe. A insistência em utilizar Lucas Vázquez como titular também tem gerado críticas, com a avaliação de que o setor poderia ser mais competitivo com alternativas do banco ou da base.
Falta de protagonismo a jovens
A pouca utilização de jogadores formados nas categorias inferiores do clube também pesa contra Ancelotti. Com exceção de Asencio, os demais nomes da base vêm sendo preteridos, mesmo diante de desfalques por lesão ou suspensão.
Endrick pouco acionado
Outra queixa relevante diz respeito à minutagem de Endrick. O atacante brasileiro, recém-contratado junto ao Palmeiras e tratado como uma das apostas do futuro do clube, tem sido pouco utilizado. De acordo com o As, há uma percepção de que o jogador “está perdendo o sorriso”, e a torcida começa a cobrar mais espaço ao jovem talento.
Decisões estratégicas duvidosas
A decisão de permitir que Vinicius Júnior cobrasse o pênalti no jogo contra o Valencia, em vez de Mbappé, também causou ruído nos bastidores. O clube tem como meta impulsionar o atacante francês na corrida pela artilharia da temporada — uma estratégia de marketing que visa consolidar sua imagem como astro da nova era do clube.
Com contrato até junho de 2026, Ancelotti não pretende pedir demissão e conta com respaldo de parte do elenco. No entanto, segundo apuração do jornal espanhol, o desempenho nas próximas duas partidas será determinante. A conquista da Copa do Rei e uma classificação sobre o Arsenal podem reverter o clima, mas a eliminação em ambas pode encerrar o ciclo do italiano no Santiago Bernabéu.
Enquanto isso, o nome do treinador segue como opção observada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que ainda não definiu seu técnico para o ciclo da Copa do Mundo de 2026.