O brasileiro Hugo Calderano entrou para a história do tênis de mesa neste domingo (19). Aos 28 anos, tornou-se o primeiro atleta de fora da Ásia ou da Europa a disputar uma final do Campeonato Mundial da modalidade. Em Doha, o número 3 do ranking mundial ficou com a medalha de prata ao ser superado por Wang Chuqin, segundo colocado da lista e principal nome da China na atualidade, por 4 sets a 1 — parciais de 12/10, 11/3, 4/11, 11/2 e 11/7.
Apesar da derrota, Calderano consolidou-se como um dos grandes nomes do cenário internacional e colocou o Brasil em posição inédita no esporte, que é dominado por asiáticos e europeus desde sua criação, em 1926. A conquista representa o melhor resultado de um atleta latino-americano na competição, considerada a mais importante da modalidade depois dos Jogos Olímpicos.
— Não consegui apresentar o meu melhor hoje. Tenho certeza de que foi mais a parte física que pesou. O jogo de ontem me esgotou. Tentei me recuperar da melhor forma possível. Durante a partida, tentei fazer o melhor, mas não tinha mais nada no tanque. Ainda assim, foi um campeonato incrível — disse o brasileiro após a final.
Antes do vice-campeonato, o melhor desempenho de Calderano em Mundiais havia sido em 2021, quando parou nas quartas de final. Em Doha, ele superou este patamar ao vencer, entre outros, o também chinês Liang Jingkun na semifinal — mesmo adversário que o eliminou em 2021. A prata coroou uma campanha com vitórias sobre atletas de México, Tunísia, Cazaquistão, Nigéria, Coreia do Sul e China.
Vice-campeão mundial em 2023, Wang Chuqin confirmou o favoritismo ao conquistar o título e manter a hegemonia chinesa na competição, que dura 22 anos. O atleta de 24 anos, que saiu dos Jogos Olímpicos de Paris com dois ouros — por equipes e nas duplas mistas — e uma eliminação precoce na chave de simples, recolocou-se no topo com a vitória em Doha.
O Mundial de tênis de mesa reúne 128 atletas nas chaves individuais masculinas e femininas, além dos torneios de duplas. O vice-campeonato vem após Calderano já ter conquistado em abril a Copa do Mundo, torneio de terceiro maior prestígio na modalidade, em que derrotou Wang Chuqin na semifinal e superou Lin Shidong, número 1 do mundo, na decisão.
— Foi uma semana incrível. Vinha de um título da Copa do Mundo, jogando muito bem. Sabia que seria um grande desafio manter essa forma aqui no Mundial. Estou muito orgulhoso de mais uma vez conseguir jogar nesse nível. Espero continuar evoluindo — declarou Calderano.