A fala do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, gerou repercussão negativa entre torcedores brasileiros após o sorteio da fase de grupos da Libertadores 2025, realizado na segunda-feira, em Luque, no Paraguai. Questionado sobre a possibilidade de uma competição sem clubes do Brasil, o dirigente respondeu com uma analogia:
— Isso seria como Tarzan sem Chita. Impossível.
A declaração veio após a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, sugerir que os times brasileiros deixassem os torneios organizados pela Conmebol. A posição da dirigente foi uma resposta à punição aplicada ao Cerro Porteño, após um caso de racismo contra o jogador Luighi, do Palmeiras, na Libertadores sub-20. O clube paraguaio foi penalizado com portões fechados na competição e uma multa de 50 mil dólares (cerca de R$ 288 mil), o que foi considerado brando pela equipe brasileira.
Diante da repercussão, Domínguez divulgou uma nota oficial, pedindo desculpas e afirmando que sua intenção não foi menosprezar ninguém:
"A expressão que utilizei é uma frase popular e jamais tive a intenção de menosprezar nem desqualificar ninguém. A CONMEBOL Libertadores é impensável sem a participação de clubes dos 10 países membros. Sempre promovi o respeito e a inclusão no futebol e na sociedade, valores fundamentais para a CONMEBOL."
Antes do sorteio, Domínguez já havia feito um discurso em português, reconhecendo que as punições aplicadas pela entidade não têm sido suficientes para coibir atos racistas no futebol sul-americano.
— A Conmebol aplica sanções e faz tudo o que está a seu alcance para mudar essa realidade. Mas isso não é suficiente. O racismo é um flagelo que não tem origem no futebol, tem origem na sociedade, mas afeta o futebol — afirmou.
A polêmica gerou debate entre dirigentes e torcedores sobre a postura da Conmebol no combate ao racismo e sobre a permanência dos clubes brasileiros nas competições organizadas pela entidade.