A crise no Corinthians se aprofundou nesta sexta-feira, com a decisão da casa de apostas VaideBet de rescindir unilateralmente o contrato de patrocínio máster. Horas após o anúncio, dois diretores importantes decidiram deixar seus cargos, aprofundando ainda mais a turbulência no clube.
Rozallah Santoro, diretor financeiro, e Fernando Alba, diretor-adjunto de futebol, vão entregar seus cargos ao presidente Augusto Melo. A decisão foi tomada em conjunto pelos membros do Movimento Corinthians Grande (MCG), grupo político que sustenta a gestão de Melo. Este movimento já havia sido ensaiado no mês passado, mas na ocasião, o presidente conseguiu convencer os aliados a permanecerem. Desta vez, a decisão é considerada irreversível.
Armando Mendonça, segundo vice-presidente e também membro do MCG, permanece no cargo por ser eleito e não nomeado. Os membros do grupo alegam que o presidente não cumpriu promessas de campanha e não deu autonomia aos dirigentes. Embora ainda esteja no sexto mês de mandato, Augusto Melo perdeu rapidamente capital político e viu sua diretoria sofrer baixas em áreas sensíveis.
Fernando Alba, apesar de carregar o título de "adjunto", ocupava o posto mais alto no comando do futebol do Corinthians desde maio. Antes das saídas recentes, o clube já havia perdido outros membros importantes, como o diretor de futebol Rubens Gomes, o diretor jurídico Yun Ki Lee e o superintendente de marketing Sérgio Moura, que se licenciou.
A decisão do MCG de "desembarcar" da gestão vinha sendo debatida há algumas semanas e ganhou força após novas revelações sobre o contrato de patrocínio da VaideBet. O grupo político exigiu a saída de Sérgio Moura e do diretor administrativo Marcelo Mariano. Apenas Moura deixou o cargo, enquanto Mariano foi mantido por Augusto Melo.
A rescisão do contrato com a VaideBet, que estava vigente até 2026 e previa um pagamento total de R$ 370 milhões, foi um duro golpe para o clube, que já havia recebido cerca de R$ 66 milhões desde janeiro. A casa de apostas acionou a cláusula anticorrupção para romper o vínculo após a abertura de uma investigação da Polícia Civil sobre um possível repasse irregular de comissão a uma empresa supostamente "laranja".
Com a saída da VaideBet, o Corinthians enfrenta agora a missão de encontrar novos patrocinadores para preencher os espaços vagos na camisa e garantir a receita necessária para manter a projeção financeira do clube. O rompimento do contrato impacta diretamente as finanças do Corinthians, que esperava dobrar sua receita com patrocínios em 2024.
O clima interno é de grande preocupação, e o futuro da gestão Augusto Melo parece incerto, com desafios significativos pela frente para estabilizar o clube e reconquistar a confiança de seus diretores e patrocinadores.