CBF adota cautela e projeta definição do novo técnico da Seleção apenas para maio

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) conduz com discrição e paciência a busca pelo novo técnico da Seleção Brasileira. A entidade trabalha com o cenário de que uma definição só deverá ocorrer a partir de maio, com Jorge Jesus como principal nome em avaliação — embora oficialmente a CBF negue qualquer negociação em curso.

A escolha por Jorge Jesus esbarra em detalhes contratuais e no calendário do Al Hilal, clube que o português comanda atualmente. O treinador condiciona sua saída à disputa da Champions League Asiática, entre 25 de abril e 3 de maio, e a uma possível permanência na luta pelo título saudita, cuja definição está prevista apenas para 25 de maio. No momento, o Al Hilal está a quatro pontos do líder Al Ittihad, com nove rodadas restantes.

Internamente, a CBF avalia que uma rescisão imediata com o clube saudita está descartada e busca evitar atritos. A multa contratual de Jorge Jesus, atualmente em cerca de 5 milhões de euros, será reduzida para menos de 3 milhões em maio, o que favorece a estratégia de esperar o avanço do calendário para abrir conversas formais.

Enquanto isso, outros nomes são avaliados, como Abel Ferreira, do Palmeiras, e José Mourinho, recém-chegado ao Fenerbahçe. Ambos têm contratos mais longos: até o fim de 2025 e junho de 2026, respectivamente, o que representa maior complexidade para um acerto.

Nos bastidores, a CBF se atenta ao cronograma da próxima Data Fifa, com jogos contra Equador (5 de junho) e Paraguai (10 de junho). A convocação precisa ser enviada à Fifa até 18 de maio, e a apresentação dos jogadores está marcada para o dia 2 de junho. Essa agenda é considerada no planejamento da entidade, que avalia a viabilidade de contar com Jorge Jesus a tempo de iniciar os trabalhos para os compromissos oficiais.

A expectativa é que até o fim de maio a situação contratual de Jorge Jesus esteja definida, e que uma possível negociação com o Al Hilal possa ser viabilizada sem obstáculos financeiros. Até lá, a CBF mantém o silêncio como estratégia e evita expor preferências ou avanços nas conversas.