A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) confirmou nesta segunda-feira (13) a contratação do técnico italiano Carlo Ancelotti para o comando da seleção brasileira até o fim da Copa do Mundo de 2026. Será a primeira vez na história que a equipe nacional será dirigida por um treinador estrangeiro.
Ancelotti, de 65 anos, assume o posto oficialmente em 26 de maio, após o encerramento da temporada 2024/25 de La Liga, em que atualmente dirige o Real Madrid. A estreia no banco da seleção brasileira deve ocorrer nos jogos das Eliminatórias Sul-Americanas contra Equador e Paraguai, marcados para os dias 5 e 10 de junho, respectivamente.
O acordo foi articulado por Diego Fernandes, empresário do mercado financeiro que liderou as negociações em nome da CBF. Segundo apurado, o contrato prevê salário mensal de R$ 4 milhões e bônus de € 5 milhões em caso de conquista da Copa de 2026. Estão previstas ainda facilidades como o fretamento de jato para viagens à Europa e o pagamento do aluguel de um apartamento no Rio de Janeiro.
O compromisso também inclui a realização de um amistoso entre a seleção brasileira e o Real Madrid, ainda sem data definida.
Multicampeão por clubes europeus, Ancelotti terá pela frente o desafio de reconduzir o Brasil ao protagonismo internacional após eliminações frustrantes nas últimas edições da Copa do Mundo e resultados irregulares nas Eliminatórias. O vínculo do treinador com a CBF será de 14 meses, com término previsto ao final do Mundial de 2026, que será disputado nos Estados Unidos, Canadá e México.
26 de maio de 2025 ➡️ Chegada ao Brasil
Ancelotti desembarca no Rio de Janeiro e assume oficialmente o comando técnico da seleção brasileira após o fim da temporada 2024/25 do futebol europeu.
Final de maio de 2025 (data a confirmar) ➡️ Convocação oficial
O técnico divulga sua primeira lista de convocados para dois jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo.
5 de junho de 2025 ➡️ Brasil x Equador
Primeiro jogo de Ancelotti no comando da Seleção, válido pelas Eliminatórias. Local ainda a ser definido pela CBF.
10 de junho de 2025 ➡️ Paraguai x Brasil
Segundo compromisso do novo treinador, fora de casa, também pelas Eliminatórias para o Mundial de 2026.
O futebol brasileiro começa a escrever uma página inédita de sua história com a chegada de Carlo Ancelotti ao comando da seleção principal. Italiano, vitorioso e respeitado nos quatro cantos do planeta, Ancelotti será o primeiro estrangeiro a assumir o cargo mais cobiçado e, ao mesmo tempo, mais cobrado do futebol nacional.
A expectativa não poderia ser outra: alta, carregada de esperança e também de prudência, em um momento em que o Brasil tenta reencontrar sua identidade dentro de campo após campanhas abaixo do esperado em Copas e torneios continentais.
Aos 65 anos, Ancelotti só precisa de mais um titulo para coroar sua carreria como técnico, a Copa do Mundo. Seu currículo é uma aula de estabilidade e conquistas: cinco títulos da Liga dos Campeões da UEFA (2003, 2007, 2014, 2022 e 2024), cinco Supercopas da Europa (2003, 2007, 2014, 2022 e 2024), campeonatos nacionais na Itália (2004), Inglaterra (2010), França (2013), Alemanha (2017) e Espanha (2022 e 2024), além de Copas e Supercopas em diversos países. Trata-se do técnico mais vitorioso da história da Champions, com um perfil que une liderança serena, leitura de jogo apurada e habilidade de conduzir grupos repletos de estrelas — virtude essencial no ambiente da Seleção Brasileira.
Sua chegada representa também um rompimento com o ciclo vicioso de escolhas internas que se repetem e falham. Com Ancelotti, o Brasil ganha um olhar de fora, mas com profundo respeito pelo jogo jogado aqui. O italiano já comandou talentos brasileiros como Kaká, Ronaldo, Roberto Carlos, Marcelo, Casemiro, Vinícius Júnior e Rodrygo — ou seja, conhece a mentalidade e o estilo do jogador brasileiro melhor do que muitos técnicos locais.
A missão não será simples. Ancelotti terá o desafio de conduzir o Brasil por uma reta final de Eliminatórias instável e montar uma equipe forte, coesa e confiante até a Copa do Mundo de 2026. A esperança é que sua presença traga de volta o que a Seleção mais precisa hoje: organização, competitividade e repertório tático.
Num cenário otimista, a Seleção pode recuperar sua postura protagonista — com um treinador que une experiência europeia, respeito global e histórico de fazer grandes equipes funcionarem sob pressão. A reconstrução será um processo, mas começa com um nome que impõe respeito no vestiário e nos bastidores. E só isso já é um passo à frente do que se viu nos últimos ciclos.
Se a promessa de um novo ciclo se concretizar, Ancelotti pode ser o elo que faltava entre o talento que o Brasil sempre produziu e os títulos que deixou de conquistar.