A seleção brasileira sofreu uma derrota expressiva para a Argentina por 4 a 1 na noite desta terça-feira (25), no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, em jogo válido pela 12ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026. Com um início avassalador, os donos da casa construíram a vantagem logo no primeiro tempo e ampliaram o placar na etapa final, consolidando uma vitória marcante diante de sua torcida.
Com o resultado, a equipe de Lionel Scaloni chegou a 31 pontos e manteve a liderança do torneio classificatório, já garantida após a Bolívia não conseguir vencer o Uruguai na rodada. O Brasil, por sua vez, segue em momento instável, caindo para a quarta posição, com 21 pontos, e aumentando a pressão sobre o técnico Dorival Júnior.
A Argentina começou o jogo impondo seu ritmo e precisou de apenas três minutos para abrir o placar. Julián Álvarez recebeu passe de Thiago Almada, passou entre Murillo e Guilherme Arana e finalizou na saída do goleiro Bento, marcando o primeiro gol da partida.
A seleção brasileira demonstrava dificuldades na marcação e pouco tempo depois, aos 11 minutos, sofreu o segundo gol. Nahuel Molina cruzou pela direita, a bola desviou levemente em Murillo e sobrou para Enzo Fernández, que concluiu com tranquilidade para ampliar a vantagem argentina.
Mesmo com a pressão da equipe da casa, o Brasil conseguiu diminuir o placar aos 26 minutos. Matheus Cunha aproveitou um erro de Cristian Romero na saída de bola, roubou a posse e finalizou no canto esquerdo de Emiliano Martínez, marcando o único gol brasileiro na partida.
O alívio, no entanto, durou pouco. Aos 36 minutos, a Argentina voltou a balançar as redes. Enzo Fernández fez levantamento na área e Alexis Mac Allister apareceu para completar, superando Bento e restabelecendo a vantagem de dois gols antes do intervalo.
No retorno para a etapa final, Dorival Júnior promoveu três alterações, sacando Murillo, Joelinton e Rodrygo para as entradas de Léo Ortiz, João Gomes e Endrick. Apesar das mudanças, o Brasil seguiu cometendo erros defensivos e teve dificuldades para conter o ataque argentino.
Aos 15 minutos, a equipe anfitriã confirmou a goleada. Giuliano Simeone, filho do ex-jogador Diego Simeone, entrou em campo no segundo tempo e, poucos minutos depois, aproveitou falha na marcação brasileira para marcar o quarto gol da Argentina.
Mesmo em desvantagem, a seleção brasileira ainda teve uma chance clara de diminuir o placar. Em cobrança de falta, Raphinha acertou o travessão, mas o Brasil não conseguiu reagir. Nos minutos finais, a torcida argentina entoou cânticos de "olé" e chegou a fazer um minuto de silêncio para ironizar o desempenho brasileiro.
A derrota ampliou o jejum do Brasil contra a Argentina. O último triunfo brasileiro sobre a rival aconteceu na semifinal da Copa América de 2019. Desde então, foram quatro vitórias argentinas e um empate.
Além disso, a seleção brasileira não vence a Argentina jogando fora de casa há quase 16 anos. O último triunfo como visitante ocorreu em 2009, quando a equipe comandada por Dunga venceu por 3 a 1 em Rosário, em partida válida pelas Eliminatórias para a Copa de 2010. No Estádio Monumental de Núñez, a seca é ainda maior: a última vitória brasileira foi em 1995.
Com a goleada, o Brasil caiu para a quarta posição na tabela das Eliminatórias, somando 21 pontos, e começa a ver a classificação para a Copa do Mundo sob ameaça caso não reaja nas próximas rodadas.
Após a partida, o técnico Dorival Júnior evitou falar em crise e afirmou que a equipe segue em processo de reconstrução.
— Estamos em um momento de transição e sabemos das dificuldades. Enfrentamos uma equipe muito bem organizada e que tem um trabalho consolidado. Precisamos ter paciência e continuar evoluindo — declarou o treinador.
Capitão da seleção brasileira, o zagueiro Marquinhos reconheceu o momento complicado da equipe e pediu humildade para buscar uma reação nas Eliminatórias.
— Precisamos encarar essa situação com humildade. O momento não é bom, mas sabemos que temos condições de melhorar e reverter essa fase — afirmou o defensor.
O Brasil volta a campo pelas Eliminatórias em junho. No dia 5, enfrenta o Equador fora de casa, e no dia 10 recebe o Paraguai, em local ainda indefinido. Para essas partidas, a equipe não contará com Raphinha e André, suspensos pelo terceiro cartão amarelo.
Diante do revés para a Argentina, a pressão sobre Dorival Júnior deve aumentar nas próximas semanas, com questionamentos sobre mudanças na equipe e a necessidade de recuperação na reta final do torneio classificatório.