Auckland City retorna à Nova Zelândia com premiação milionária e impasse sobre divisão do valor

Eliminado na fase de grupos da Copa do Mundo de Clubes, o Auckland City embarca de volta para a Nova Zelândia nesta quinta-feira após campanha marcada por duas goleadas sofridas e um empate histórico. Mesmo com o desempenho modesto em campo, o clube semiamador da Oceania garantiu US$ 4,58 milhões (cerca de R$ 26,6 milhões) em premiações — valor que agora é alvo de impasse sobre sua destinação.

A quantia recebida é composta por US$ 3,58 milhões pagos pela Fifa pela participação no torneio e um bônus adicional de US$ 1 milhão pelo empate por 1 a 1 com o Boca Juniors. A atuação diante do clube argentino foi considerada um feito histórico, especialmente para uma equipe formada por atletas que dividem a carreira no futebol com outras profissões — entre eles, estudantes, professores e vendedores.

O goleiro Sebastián Ciganda chegou a afirmar, após o jogo, que o prêmio seria dividido entre elenco e comissão técnica: — Dividiremos o prêmio em dinheiro entre a comissão técnica e o grupo. O prêmio é secundário, agora vamos comemorar, porque um empate com o Boca não é algo que acontece todos os dias — disse em entrevista à DSports.

Apesar da previsão de bonificação aos jogadores, parte da premiação pode não chegar integralmente ao clube. Isso porque a New Zealand Football (confederação local) e a Confederação de Futebol da Oceania (OFC) reivindicam uma parcela do valor. A discussão gira em torno do quanto dessas verbas será de fato destinada ao Auckland City e quanto será repassado a outras instituições e clubes do país.

A divisão com outros times da Nova Zelândia é prática comum na região, especialmente em torneios intercontinentais. Entretanto, dirigentes ligados ao Auckland defendem que a maior fatia seja mantida pelo clube para garantir o crescimento da equipe e uma recompensa mais justa aos atletas, que chegaram a perder dias de trabalho ou utilizar férias para disputar o torneio.

Fundado em 2004, o Auckland City é a principal força da Oceania, com 13 títulos continentais e dez conquistas nacionais. Mesmo com a estrutura limitada, o clube lidera o cenário da região e é figura frequente nos torneios da Fifa. Integrante do Grupo C, terminou sua campanha com um empate e duas derrotas: 10 a 0 para o Bayern de Munique, 6 a 0 para o Benfica e o empate com o Boca.

Apesar da eliminação precoce, a participação do Auckland City rendeu visibilidade internacional e uma premiação considerável, ainda que o destino do dinheiro permaneça indefinido.