A nova Arena MRV, futura casa do Clube Atlético Mineiro, enfrenta desafios antes de sua inauguração oficial, agendada para o final de agosto. Os torcedores estão preocupados com questões estruturais, o setor popular e a possibilidade de transferência da arena para uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Esses aspectos são cruciais para o futuro do clube e sua relação com a torcida. Neste artigo, discutiremos essas questões com base nas informações fornecidas.
Uma das principais preocupações dos torcedores é a questão estrutural da Arena MRV. Durante um evento festivo realizado como teste operacional, alguns problemas logísticos e estruturais foram denunciados pelos torcedores. Um dos pontos de queixa foi o Nível Inter Sul, uma bandeja intermediária localizada acima do setor popular, onde ficará a maior torcida organizada do clube. Imagens e vídeos mostraram que esse setor possuía um "ponto cego", onde a trave mais próxima não era visível. A Arena MRV justificou o problema afirmando que o corredor de passagem não foi projetado para que os torcedores fiquem em pé, prejudicando a visibilidade dos assentos logo atrás. Essa questão estrutural revela um equívoco arquitetônico ao não considerar o comportamento tradicional do torcedor brasileiro, que tende a assistir aos jogos em pé.
Outro ponto de preocupação é o setor popular da Arena MRV, que será chamado de Nível Brahma Sul. Embora seja positivo ter um setor destinado às torcidas organizadas, há duas questões a serem consideradas. Primeiramente, nem todos os torcedores que precisam de ingressos mais acessíveis desejam ficar no mesmo local das torcidas organizadas. Portanto, é necessário pensar em políticas de preços realmente populares para garantir que diferentes grupos de torcedores possam frequentar a nova arena. Em segundo lugar, apenas 6,1% do estádio será destinado ao setor sem cadeiras, o que representa uma capacidade limitada de aproximadamente 2800 torcedores. Essa capacidade reduzida contrasta com outros estádios que possuem setores sem cadeiras, como a Arena do Grêmio e a NeoQuímica Arena.
Além das questões estruturais e do setor popular, a possível transferência da Arena MRV para uma futura SAF preocupa os torcedores do Atlético Mineiro. Diferentemente da prática comum em muitos países, onde os estádios e outros imóveis são preservados como patrimônio dos clubes, a proposta é transferir a propriedade da arena e do centro de treinamento (Cidade do Galo) para a SAF. Isso levanta preocupações sobre a especulação imobiliária e a possibilidade de o clube perder o controle sobre seu patrimônio físico. Exemplos de problemas decorrentes da dissolução das associações originais em outros países, como a Espanha, alertam para a necessidade de proteger estádios e centros de treinamento como mecanismos de segurança para os clubes.
A nova Arena MRV do Clube Atlético Mineiro enfrenta desafios antes de sua inauguração oficial. As questões estruturais, o setor popular e a possível transferência para uma futura SAF têm gerado preocupação entre os torcedores. A visibilidade comprometida em determinados setores da arena, a capacidade limitada do setor popular e os temores relacionados à propriedade do estádio e do centro de treinamento são aspectos que merecem atenção e um debate aprofundado. O clube deve buscar soluções que atendam às demandas dos torcedores e garantam a preservação do patrimônio físico, assegurando assim uma relação saudável e duradoura entre o Atlético Mineiro e sua torcida.