Adílio, ídolo do Flamengo, morre aos 67 anos

O Flamengo está de luto. Faleceu nesta segunda-feira Adílio de Oliveira Gonçalves, um dos maiores ídolos da história do clube. O ex-jogador, que travava uma luta contra um câncer no pâncreas, estava internado em um hospital na Freguesia de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Adílio tinha 67 anos e deixa um legado imenso para o futebol brasileiro.

Adílio, nascido em 15 de maio de 1956, fez sua estreia nos profissionais do Flamengo em 27 de abril de 1975, quando tinha apenas 18 anos. Durante sua trajetória com a camisa rubro-negra, disputou 615 partidas, tornando-se o terceiro jogador com mais atuações na história do clube. Marcou 129 gols, sendo o 14º maior artilheiro da história do Flamengo.

Carreira Brilhante e Conquistas Memoráveis

Ao longo de sua carreira no Flamengo, Adílio conquistou títulos que o eternizaram como um dos maiores nomes do clube. Entre suas conquistas estão cinco Campeonatos Cariocas (1978, 1979 duas vezes, 1981 e 1986), três Campeonatos Brasileiros (1980, 1982 e 1983), uma Copa Libertadores e um Mundial de Clubes, ambos em 1981. Na final do Mundial, contra o Liverpool, da Inglaterra, Adílio marcou um dos gols na vitória por 3 a 0 que deu o título ao Flamengo.

Outro gol marcante de sua carreira aconteceu na final da Taça Guanabara de 1982, quando, aos 45 minutos, marcou o gol da vitória por 1 a 0 contra o Vasco, garantindo o pentacampeonato do Flamengo.

Adílio formou, ao lado de Zico e Andrade, um dos melhores meio-campos da história do Flamengo. Conhecido por sua habilidade, criatividade e qualidade nos passes, ele era um maestro dentro de campo, controlando o ritmo do jogo e iniciando os ataques da equipe com precisão. Sua habilidade rendeu-lhe convocações para a seleção brasileira nos anos 80.

A História com Pelé e Outras Aventuras

Um episódio curioso envolvendo Adílio ocorreu em 1979, quando Pelé, já aposentado, aceitou jogar um amistoso beneficente pelo Flamengo. Durante o treinamento na Gávea, surgiu a questão de quem cederia seu lugar para o Rei do Futebol. Adílio, conhecido por seu caráter afável, foi escolhido para deixar o campo, o que ele aceitou com bom humor, considerando uma honra ter cedido seu lugar para Pelé.

Além de sua passagem pelo Flamengo, Adílio também jogou por outros clubes, incluindo Coritiba, Barcelona de Guayaquil (Equador) e Alianza Lima (Peru), além de equipes menores do interior do Rio de Janeiro.

Vida Pós-Carreira e Contribuições ao Flamengo

Após encerrar sua carreira nos gramados, Adílio continuou a contribuir para o esporte. Ele se destacou como jogador de futsal, conquistando o Mundial de Futsal pelo Brasil em 1989. Como treinador, liderou as equipes de base do Flamengo, sendo tricampeão carioca sub-20 em 2005, 2006 e 2007.

Adílio nunca se desligou do Flamengo. Nos últimos anos, era o líder do Fla Master, equipe de veteranos do clube, que realiza partidas por todo o país. Em 2019, o Flamengo homenageou Adílio com um busto em sua sede na Gávea, eternizando sua importância para o clube e para seus torcedores.

Legado e Despedida

A morte de Adílio representa uma grande perda para o Flamengo e para o futebol brasileiro. Seu legado como jogador, treinador e ídolo rubro-negro será lembrado por gerações de torcedores. Adílio deixa uma história de dedicação, talento e amor ao Flamengo, clube que ele defendeu com paixão e honra ao longo de sua vida.